Previsão de aperto financeiro é alerta para os próximos prefeitos

O indicador de suficiência financeira que em 2021 colocava todas as cidades capixabas em situação positiva, em 2023 já deixou oito em nível de insuficiência

Publicado em 31/07/2024 às 01h00
Dinheiro
Finanças municipais. Crédito: Divulgação

Os dados do anuário Finanças dos Municípios Capixabas, com números de 2023, recuperaram a bonança financeira que tem marcado esta década nos 78 municípios do Espírito Santo, mas o perigo sempre mora nos detalhes.  

Em 2023, as prefeituras capixabas fecharam o ano com R$ 2,5 bilhões em caixa, pouco abaixo dos R$ 2,6 bilhões do ano anterior, a maior cifra já registrada.  No mesmo ano, a participação dos investimentos nos gastos municipais totais ficou em 15,8%, outro recorde. As demais despesas foram com pessoal (41,4%), custeio da máquina (40,8%) e juros e amortização da dívida (2%).

Em sua coluna, contudo, Abdo Filho mostrou também que o indicador de suficiência financeira que em 2021 colocava todas as cidades capixabas em situação positiva, em 2023 já deixou oito em nível de insuficiência.

A cartilha da boa gestão pública ensina que é um momento de atenção. Sobretudo para os próximos prefeitos, levados ao cargo nas eleições deste ano. Se a conjuntura foi determinante para que os cofres municipais se mantivessem abastecidos, sobretudo durante os dois anos mais críticos da pandemia (2020-2021), o cenário que se desenha já aponta para outro rumo. "A tendência é de que este cenário se esgote até 2026", alertou Alberto Borges, sócio da Aequus, consultoria responsável pela publicação do anuário.

A entrega de serviços à população, como o atendimento em postos de saúde e a melhoria de infraestrutura de educação, iluminação pública e pavimentação de ruas, é a própria razão de ser da administração municipal. Uma gestão eficiente não pode comprometer esses atendimentos, na ponta dos serviços públicos. O que a população quer é cada vez mais qualidade, mas com uma gestão equilibrada dos recursos públicos.

Para tanto, as cidades não podem depender apenas de conjunturas benéficas, porque elas passam. Fundamental é mesmo a dinamização econômica, com atração de investimentos privados, que promovam a estabilidade financeira a longo prazo. É essa  visão que se espera dos gestores que cuidarão das cidades a partir do ano que vem.

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