A municipalidade é o âmbito político mais próximo do cidadão. Tão próximo que se confunde com as próprias ações do cotidiano: pegar um ônibus, andar na rua, praticar algum esporte, ir à escola, consultar um médico. São os prefeitos e os vereadores os responsáveis pelas próprias engrenagens das cidades, o que torna as eleições municipais tão substanciais para a vida em comunidade. Os escolhidos nas urnas no próximo dia 15 de novembro tomarão decisões que terão impactos diretos não só na paisagem urbana, mas na forma como cada um se insere nela, com suas necessidades e anseios.
Assim, quando uma pesquisa como a realizada pelo Ibope em Vitória, contratada pela Rede Gazeta, recolhe informações que apontam para as principais preocupações dos eleitores, qualquer pleiteante aos cargos disputados no nível municipal deve estar atento. As reivindicações populares, sobretudo quando dizem respeito aos serviços essenciais, tendem a apontar os calos do poder público, onde ele tem deixado a desejar, seja efetivamente ou por algum tipo de percepção daquela realidade.
Na Capital, 61% dos entrevistados informaram que a segurança pública encabeça a lista das inquietações. É um percentual robusto, principalmente quando se leva em consideração que é o governo estadual o protagonista das políticas públicas na área, além de exercer o comando sobre as polícias.
Mas é na cidade, em cada bairro e em cada rua, que a sensação de insegurança se manifesta, e vale lembrar que as administrações municipais exercem o controle sobre suas guardas. Se a violência urbana está causando tamanha apreensão sobre os moradores, o futuro prefeito deve ter em mente que a interlocução com o Executivo estadual será constantemente demandada.
Como os entrevistados podiam citar mais de um problema, elencando-os em 1º, 2º e 3º lugares, a soma das respostas acabou resultando em mais de 100% nesse quesito da pesquisa Ibope. A saúde, apontada por 45%, apareceu em segundo lugar, seguida pelo transporte coletivo, com 30%. A lista também trouxe geração de empregos (29%), educação (28%) e trânsito (13%) como outros desafios para a cidade.
A forma um tanto superficial como cada tema é citado não pode ser rebatida pelos candidatos com propostas genéricas, algo lamentavelmente comum sobretudo nas campanhas para o legislativo municipal. Mesmo que alguns dos problemas mencionados não sejam atribuições específicas das administrações municipais, como a geração de emprego e até mesmo a corrupção, citada por 12% dos entrevistados.
O panorama que a consulta do Ibope descortina deve, portanto, ser encarado de uma forma objetiva, com propostas concretas para aquilo que é responsabilidade do município. Um olhar cuidadoso para as unidades de saúde e para a mobilidade urbana está, portanto, entre as prioridades.
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Mas se a corrupção também preocupa, prefeitos e vereadores têm um compromisso de conduta ilibada que não pode ser deixado de lado. Cada tema, portanto, tem sua razão de ser. O caleidoscópio dos desafios das cidades brasileiras apresenta-se sob várias perspectivas, mas na essência o que se busca fundamentalmente é justiça social e qualidade de vida.
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