Na semana passada, um comerciante viu a sua loja de roupas, na Serra, ser invadida e furtada pela segunda vez, em menos de uma semana. Sendo que, no mesmo mês, já havia sido alvo de outra invasão, totalizando três ocorrências em um curto espaço de tempo.
Para qualquer negócio, uma sequência de prejuízos sempre tem impacto na sua própria sobrevivência, mas é algo ainda mais cruel para os pequenos empreendimentos, mais vulneráveis às perdas. É lamentável, sobretudo porque não se trata de um caso isolado. Os crimes patrimoniais contra os pequenos comerciantes são um desestímulo para quem quer empreender.
E não se trata apenas das perdas materiais. A violência que se repete também aumenta a sensação de desamparo, quando a impunidade sai fortalecida. Como ter estímulo para o trabalho quando não se sabe se vai encontrar mais uma vez a sua loja arrombada?
"Decidi fechar, não tem mais condições. É burrice eu continuar. Já foram três vezes. Eu vendo por um preço favorável, barato, para ver se cresce no mercado. Mas está difícil. Nossa vida está aqui, é terrível falar", lamentou o proprietário, Edson Lima.
É preciso sempre repetir que a insegurança é um obstáculo para o crescimento econômico. Do nível individual ao estrutural, do bairro ao país, todos pagam o custo da violência. Um país repleto de pessoas que querem trabalhar e gerar riquezas para o país, mas acabam desistindo. Não bastassem todas as dificuldades estruturais — burocracia, juros altos, dificuldades de contratação.
O clima de insegurança afeta as liberdades individuais e a sensação de bem-estar. E tem impacto econômico ao afugentar os investimentos e impedir a livre iniciativa. Triste retrato de um país no qual empreender é um martírio.
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