
"Entra prefeito, sai prefeito e nada é feito". Esse desabafo de uma comerciante de Santa Teresa em entrevista à TV Gazeta resume bem a situação do trânsito de caminhões no centro da cidade. Um problema que vem de décadas, já podendo ser tratado como histórico, fazendo tristemente jus às próprias ruas e imóveis do município.
Em um vídeo que pode ser visto aqui, um caminhão realiza uma manobra que danifica a fachada de uma farmácia perto da Rua de Lazer. Um imóvel que constantemente precisa passar por reparos após a passagem desses veículos pesados, que também danificam as calçadas e colocam em risco os pedestres.
O mais lamentável é que não há novidade alguma: há décadas que se vive um impasse sobre o tráfego de carretas nas ruas estreitas do centro histórico da cidade. Em 2019, um decreto da prefeitura proibiu manobras de caminhão entre a Rua Coronel Avancini e a Avenida Getúlio Vargas. Na época, no entanto, não havia ainda uma definição do comprimento e do peso máximo dos veículos que poderiam trafegar pela região.
Os caminhões, contudo, são parte de uma cadeia logística, levando produtos do próprio município e da vizinha Santa Maria de Jetibá rumo à BR 101. O que se espera como solução definitiva para o problema é a construção de um contorno, que vem sendo prometido há pelo menos dez anos. No ano passado, a obra estava prevista em um pacote de obras do governo estadual à espera de um empréstimo do Banco Internacional para Reconstrução e Desenvolvimento (Bird). À TV Gazeta, o Departamento de Edificações e de Rodovias do Espírito Santo (DER-ES) informou que ainda está elaborando o projeto.
Tanto se fala de Santa Teresa, sobretudo de sua relevância na imigração italiana e no seu papel central para o desenvolvimento do turismo, mas tudo soa como palavras ao vento diante dessas imagens de caminhões que simplesmente não deveriam estar ali por não caberem nas vias. Onde está a fiscalização? Onde está o cuidado com o patrimônio histórico?
Enquanto decisões não são tomadas e soluções não saem do papel para acabar com esse caos, a quem acredita resta apelar por proteção à santa que dá nome à cidade.
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