Regina Duarte foi apenas um espectro de secretária de Cultura. A encenação da sua despedida, em vídeo divulgado pelo Planalto, foi o último ato de uma atuação inócua, dois meses de puro vazio propositivo para um setor que, se já não tinha vez no governo, durante a pandemia se viu à míngua.
Quem trabalha com Cultura precisa de apoio específico para atravessar esta crise sanitária que impede o funcionamento de salas de cinema e teatro. Inviabiliza a realização de concertos e shows de forma presencial. Não só isso: a economia criativa, que tem sido tão estimulada por governos mais sérios, não sobreviverá sem auxílios. São empresas que dependem dessa indústria, mas são também pessoas que têm na arte o seu sustento.
Regina sai do cargo com um "presente", a Cinemateca Brasileira, em São Paulo, que, apesar da relevância histórica do audiovisual nacional, coleciona questões trabalhistas e problemas na conservação do acervo. Vai exigir capacidade de gestão, o que não se viu nesses dois meses.
Este vídeo pode te interessar
No País das Maravilhas de Regina Duarte, ela não foi fritada. Mesmo que o óleo ideológico já estivesse quente por semanas, quase queimando, com o cúmulo de o presidente receber o possível sucessor na véspera. Mesmo traída, a namoradinha do Brasil topou uma saída teatral nitidamente pouco ensaiada.
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rápido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem.
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta.