Quem diria que, quase cinco anos atrás, este era o cenário na Leitão da Silva, importante eixo viário de Vitória que sempre foi uma referência no comércio:
"A Leitão da Silva é um emblema, no mau sentido. Prevista para ser inaugurada em julho de 2015, a avenida ainda é um canteiro de obras a céu aberto. Os reflexos negativos são sentidos em diversas frentes, não apenas no trânsito caótico que o afunilamento da via provoca. Importante centro de comércio na Capital, o local agora exibe dezenas de placas de “vende-se” ou “aluga-se”. Reportagem deste jornal apontou que 26 lojas fecharam as portas, segundo a associação que representa comerciantes e empresários da região.
O cenário é desolador. As obras, que representavam a esperança de revitalização do espaço, surtiram efeito contrário e em cascata. A falta de linhas de ônibus e vagas de estacionamento, além das calçadas destruídas, afasta os clientes. Sem movimento, as lojas encerram as atividades, o que significa prejuízo para os donos dos negócios, para os locadores dos espaços e para todos os funcionários dispensados. Isso, ainda por cima, em um panorama nacional de crise econômica."
Esse é o trecho de um editorial de A Gazeta de 5 de setembro de 2018, que mostrava o impacto do atraso nas obras de modernização da avenida no comércio local. O cenário, então, era de desolação. No final de 2019, a nova Leitão da Silva era finalmente inaugurada, não sem queixas sobre a qualidade do asfalto que perduram até hoje. E houve também uma pandemia no meio do caminho. Depois de tantos percalços, quem atravessa a avenida em 2023 constata que a região passou por um renascimento, como mostraram Vinicius Zagoto e Fernando Madeira em reportagem deste jornal.
A via tem atraído investimentos expressivos de empresas do setor automotivo e hospitalar. Mas os negócios veteranos na região, que historicamente tinha vocação para o setor de material de construção, também estão investindo em reformas e ampliações. O potencial econômico da Leitão da Silva foi ampliado com a reurbanização, e os resultados estão sendo colhidos.
O que mostra que, muito mais que uma obra de mobilidade (vale lembrar que originalmente estava previsto um corredor de BRT na via, infelizmente excluído do projeto) e paisagística (com a saída de cena do valão), a reforma da Leitão da Silva trouxe vida nova para a região, com mais desenvolvimento e qualidade de vida. Não pode haver retrocessos, a manutenção da via deve ser contínua. Cuidar da cidade é a melhor forma de atrair dinheiro para a própria cidade.
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