A reclamação é recorrente, sobretudo nos bairros periféricos: está faltando água. Moradores do bairro São Benedito, em Vitória, como mostrado em março pela TV Gazeta, tiveram problemas de abastecimento durante quatro meses. Um suplício que impede o atendimento de necessidades básicas, da hidratação pessoal à higiene.
Acontece que, enquanto falta para alguns, sobra para outros. O furto de água, com ligações clandestinas, é um problema que tem impacto em todo o sistema de abastecimento. Precisa ser combatido de forma eficiente. Assim como os vazamentos.
Em fevereiro, o fornecimento de água em Cariacica, Vitória e Vila Velha foi afetado por um vazamento em uma adutora localizada em São Torquato, Vila Velha. Contudo, nem todos os casos de perdas físicas de água causam um transtorno tão perceptível, mas também promovem desperdício.
Leonel Ximenes, em sua coluna, mostrou levantamento da Cesan que apontou o percentual de desperdício de água na Grande Vitória. Viana está na liderança com 59%, seguido por Cariacica (57%), Guarapari (40%), Serra (38%), Vila Velha (35%) e Vitória (32%).
Pelo valor de R$ 118,8 milhões, a Cesan contratou uma empresa que terá a missão de reduzir os volumes hídricos perdidos e garantir a satisfação dos consumidores em Vitória, Guarapari e Viana. O pagamento à empresa vai ser de acordo com o desempenho, com metas de performance. Ou seja, espera-se que assim um trabalho bem feito na redução do desperdício será quase obrigatório.
Sobretudo porque, no início deste mês, o presidente Lula sancionou a Lei 14.546, com a inclusão de dois artigos na Lei do Saneamento Básico, um deles determinando que prestadores de serviço público de abastecimento de água passem a ter a obrigação de corrigir as falhas na rede hidráulica. O aumento da eficiência desses serviços, em meio a um cenário de escassez, passa a ser mandatório, para que a água chegue às torneiras de todos os consumidores.
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