É irônico que a falta de água que começou no domingo (28) e seguia pelo menos até esta terça-feira (30) em bairros de Vila Velha tenha ocorrido após a manutenção programada realizada pela Companhia Espírito-Santense de Saneamento (Cesan) no Sistema Jucu, que atende a cerca de 600 mil pessoas em 259 bairros de Cariacica, Viana, Vila Velha e Vitória, no último sábado (27). Afinal, após um serviço de manutenção, o que se espera é a correção de falhas. A justificativa da própria empresa de saneamento para o desabastecimento foi o rompimento de uma adutora.
A falha veio repetir uma situação que tem sido recorrente na Grande Vitória. Se nesta semana é Vila Velha que sofre com as torneiras vazias, no início deste mês foi a Serra, com moradores de diversos bairros sem água também após uma manutenção emergencial que, em tese, provocaria somente uma suspensão temporária do abastecimento.
Em março passado, reportagem da TV Gazeta mostrou que os moradores de São Benedito, em Vitória, estavam tendo problemas de abastecimento havia quatro meses. Em fevereiro, o fornecimento de água em Cariacica, Vitória e Vila Velha foi afetado também por problemas em uma adutora localizada em São Torquato, Vila Velha.
Manutenções como a do último sábado, segundo a própria Cesan, que atua em 53 municípios capixabas, servem para aumentar a confiabilidade no sistema de abastecimento, ou seja, para garantir que a água chegue a todos os imóveis. No site da empresa, há a informação de que o investimento na execução dos serviços foi de R$ 2,3 milhões. Mas o que segue sendo rotineiro são consumidores insatisfeitos com o serviço, sobretudo nos bairros periféricos.
Há também outros investimentos anunciados, com a contratação de uma empresa especializada, para reduzir o desperdício na rede hidráulica, tanto por vazamentos quanto por furto.
Tudo feito para aumentar a qualidade dos serviços oferecidos, mas ainda sem conseguir evitar os desabastecimentos frequentes.
Com tantas falhas em adutoras, fica evidente a necessidade de melhorias na rede de distribuição, assim como a modernização do abastecimento nas regiões mais altas das cidades, que com frequência sofrem com interrupções longas do fornecimento de água. É um serviço essencial que, principalmente para a população mais pobre, acaba se tornando um luxo diante da recorrente escassez.
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