Setor atacadista: a chance de o ES ser centro de distribuição do país

Infraestrutura moderna — além, é claro, de segurança jurídica e previsibilidade política e administrativa — é o que pode colocar o Espírito Santo no protagonismo logístico

Publicado em 03/02/2025 às 01h00
Condomínio logístico CLGV, em Viana, onde a Ybera Paris se instalou
Condomínio logístico CLGV, em Viana, onde a Ybera Paris se instalou. Crédito: TX Negócios/Divulgação

As perspectivas são ótimas: de acordo com reportagem de Leticia Orlandi, o  Sindicato do Comércio Atacadista e Distribuidor do Estado do Espírito Santo (Sincades) prevê que o Estado vai receber mais de 200 empresas do setor atacadista até o fim de 2025. O crescimento é a concretização da própria vocação do Estado que, bem localizado no país, tem nas mãos a oportunidade de se tornar um grande centro de distribuição.

É um setor que já responde por 30% da arrecadação de Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) e o crescimento é bastante visível: em várias regiões de Cariacica, Serra, Viana e Vila Velha os imponentes galpões logísticos de diferentes empresas compõem um cenário que comprova os altos investimentos. Mas o Espírito Santo pode ir ainda mais longe se fizer o dever de casa.

Se, em setembro passado, o setor foi beneficiado por novas regras do programa de incentivo fiscal Compete Atacadista, que favorece 1,5 mil empresas no Estado,  é importante lembrar que com a reforma tributária os incentivos fiscais acabam em 2032. Mas é justamente a posição estratégica que pode colocar o Espírito Santo em um novo patamar logístico tanto com produtos internos quanto importados. Mas não pode depender somente disso.

É nesse ponto que a ampliação da infraestrutura vai fazer a diferença. A solução dos gargalos logísticos — a modernização das BRs 101 e 262 é fundamental também por esse viés econômico — e o desenvolvimento portuário e ferroviário são imprescindíveis para aumentar a competitividade, continuando a atrair essas empresas que geram riquezas e postos de trabalho.

Por isso se anseia tanto a entrega do Porto da Imetame (Aracruz) e se comemora o início das obras do Porto Central (Presidente Kennedy). Assim como são esperados os avanços no modal ferroviário, vide o cronograma para a concessão da ferrovia que vai ligar Vitória ao Rio (EF 118). Infraestrutura moderna  — além, é claro, de segurança jurídica e previsibilidade política e administrativa  —  é o que pode colocar o Espírito Santo no protagonismo logístico.

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