Acelerar a vacinação para que ela chegue a pelo menos 70% da população brasileira até setembro, o que parece uma ousadia diante do ritmo atual no país, transforma-se em um objetivo plenamente possível quando se unem esforços. O movimento Unidos pela Vacina quer fazer a distribuição em massa dos imunizantes nos quatro cantos do país, com mais rapidez e eficiência. Uma mobilização abraçada pelo setor privado brasileiro e pela sociedade civil, com destaque também para o envolvimento organizado da imprensa.
A Associação Nacional de Jornais (ANJ), entidade da qual A Gazeta faz parte, aderiu à iniciativa, compreendendo o papel fundamental do jornalismo no esclarecimento e no estímulo à imunização. Este jornal se une a essa missão e se compromete também com o combate à desinformação que tem cercado as vacinas contra Covid-19.
Enquanto a sociedade se organiza, governos em todos os níveis têm a obrigação de cumprir o papel de priorizar a aquisição, a produção, a distribuição e a aplicação das vacinas em massa. O Unidos pela Vacina é uma ação suprapartidária que não vê outra saída: a população vacinada, além da saúde assegurada, é a única forma de garantir a retomada econômica. O país precisa urgentemente voltar a crescer, a gerar emprego e renda, ou 2021 será mais um ano perdido. A emergência exige ação organizada.
O movimento faz questão de frisar que não está relacionado à compra de vacinas, compromisso que permanece a cargo das autoridades públicas. Mas já realiza encontros com farmacêuticas para facilitar acordos que aumentem a disponibilidade. E almeja a viabilização de mecanismos logísticos para que a vacina chegue aonde precisa. Cada empresa ou entidade envolvida assume uma parte da cadeia na qual tenha expertise, para que o processo ganhe eficiência.
A vacinação precisa ser acelerada. Na sexta-feira (12), o Brasil ultrapassou a marca dos 4,9 milhões de vacinados (pessoas que receberam ao menos uma dose), o que representa 2,32% da população do país. É pouco.
Além do compasso lento da imunização, acumulam-se entraves à dinamização desse processo. O Ministério da Saúde já acumula pelo menos 45 pedidos de grupos que demandam prioridade na fila de vacinação. Trabalhadores da indústria, portuários e caminhoneiros já conseguiram seu passe VIP, enquanto outras categorias seguem na pressão. E não há vacina suficiente nem mesmo para os mais vulneráveis, que encabeçam a lista.
Situação que piora com as recorrentes denúncias de priorizações indevidas nas administrações municipais, esfera que, na ponta do processo, se encarrega de tocar o programa de imunização. Falta um cronograma centralizado e eficiente, com punição rigorosa para desvios.
A aceleração da vacinação precisa estar acompanhada de um amplo processo de conscientização popular, para que ganhe o peso que deve ter neste momento. Uma consistente mobilização nacional é esperada, e o Unidos pela Vacina toma parte essencial nesse processo. Nos próximos meses, o envolvimento dos organismos públicos para se alcançar a meta de pelo menos 70% da população vacinada será cobrado diuturnamente pelos veículos de imprensa envolvidos diretamente nessa missão.
Com o Unidos pela Vacina, a sociedade civil mostra sua capacidade de reação, com foco na reconstrução da capacidade histórica de promover a cobertura vacinal da população brasileira. O Brasil sempre foi um exemplo em programas de imunização em massa, não pode se isentar em um momento tão crucial.
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