Suspeito de matar sogros de prefeito de Cachoeiro não deveria estar nas ruas

O prende e solta é muito comum nos casos de furtos e roubos, e há registros de pessoas que no dia seguinte à soltura já estão novamente cometendo os mesmos crimes

Publicado em 10/10/2024 às 01h00
Só usar P&B em editorial
Valmir Santana Ribeiro e Adriana de Souza Santos: casal suspeito de matar pais de primeira-dama foi detido em Cachoeiro. Crédito: Leitor A Gazeta

O latrocínio, quando se mata para roubar, é o crime que mais aterroriza o cidadão que paga suas contas e leva a vida dentro da lei. Quando um criminoso tenta subtrair bens materiais de uma vítima, o medo da morte está sempre rondando, porque ninguém é capaz de prever qual será o comportamento do bandido. É violento? É racional? A verdade é que ninguém quer pagar para ver.

Os crimes patrimoniais, sobretudo os roubos, são assim a porta de entrada para o latrocínio. O segundo não existe sem o primeiro. No Espírito Santo, até agosto deste ano, foram registrados 20 casos.

O assassinato brutal do casal de idosos de Cachoeiro de Itapemirim, pais da primeira-dama da cidade, comove justamente pela covardia e pela imprevisibilidade. Cacilda Vetoraci Duarte, 77 anos, e Luiz Geraldo Duarte, 80 anos, estavam vivendo a própria vida, cuidando do pequeno hotel que administravam, quando um  homem e uma mulher decidiram tirar as suas vidas para roubá-los e fugir para Campos (RJ).

Mas talvez não tenha sido tão imprevisível assim. Em sua coluna, Vilmara Fernandes mostrou que Valmir Santana Ribeiro, 38 anos,  suspeito de cometer o crime com Adriana de Souza Santos, 36 anos, foi solto em audiência de custódia em maio após prisão por furto de uma empresa. O juiz de plantão justificou a liberdade provisória afirmando que a prisão anterior à condenação é medida de exceção. Mas as demais condenações criminais na ficha do suspeito já não entrariam nesse caso?

Furto, furto qualificado, homicídio e roubo majorado. E importante: o furto cometido em maio, do qual se livrou da prisão, foi cometido durante livramento condicional recebido em janeiro. Não seria motivo suficiente para voltar para a prisão?

O prende e solta é muito comum nos casos de furtos e roubos, e há registros de pessoas que no dia seguinte à soltura já estão novamente cometendo os mesmos crimes. A indignação é grande, e a Justiça se justifica como pode. Obviamente, cada caso deve ser analisado com minúcia, não há nem presídios suficientes para todo mundo. Mas é triste demais pensar que uma pessoa que não deveria estar nas ruas acabou tirando a vida de um casal de idosos, levando sofrimento para familiares e amigos e causando tanta comoção.

A Gazeta integra o

Saiba mais

Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rápido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem.

Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta.

A Gazeta deseja enviar alertas sobre as principais notícias do Espirito Santo.