No século XXI, quem vive nos grandes centros urbanos já se encontra naturalmente integrado às novas tecnologias para facilitar o cotidiano. Do banco ao restaurante, passando por uma infinidade de outros serviços, a digitalização traz cada vez mais comodidade e segurança.
Uma assimilação que ainda falta ao poder público, que se depara com obstáculos para se conectar aos novos tempos, tanto administrativamente quanto na busca de soluções mais avançadas para os problemas das cidades. Há um abismo que muitas vezes parece intransponível entre esses universos.
Mas duas notícias recentes, publicadas neste jornal, são promissoras no longo processo de derrubada desse estigma estatal do atraso. Enquanto Vitória deve contar com a tecnologia de reconhecimento facial para combater a criminalidade, o governo do Estado se compromete a digitalizar todos os seus processos administrativos, acabando com papelada e carimbos. São dois usos bastante distintos da informatização que domina o mundo, mas com igual potencial de trazer mais eficiência com a sua aplicação.
Na Capital, a prefeitura garante que em 90 dias todas as câmeras de monitoramento contarão com o programa de reconhecimento facial. A partir de então, um alerta será enviado a Central de Monitoramento sempre que alguém que tiver algum tipo de restrição criminal passar por qualquer um dos equipamentos espalhados pela cidade.
Espera-se, contudo, que a tecnologia seja de ponta, para evitar equívocos que desmoralizem seu uso. E também que sejam desenvolvidos protocolos para evitar a invasão de privacidade. É um progresso inegável para reduzir os índices de violência e combater a impunidade, mas é imprescindível que existam diretrizes éticas muito bem ajustadas.
Já no Estado, a promessa é de que, até 2021, a abertura de novos processos pelo meio físico seja extinta. Tudo tramitará eletronicamente, o que deve gerar uma economia de R$ 8 milhões por ano. É assim que o Estado pretende ganhar agilidade, acelerando os procedimentos burocráticos.
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Como se vê, há saídas possíveis para a modernização do poder público, com planejamento e empenho de gestão. Não podem ser iniciativas isoladas, devem fazer parte da própria cultura administrativa estatal. É o Estado brasileiro dando mostras de que é possível sair do mundo paralelo em que se encontra.
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