Durante seis anos, os usuários do Terminal de Carapina, na Serra, conviveram com a promessa de construção de uma nova estrutura, mais moderna, confortável e segura para as partidas e chegadas dos ônibus do Sistema Transcol. É óbvia a frustração com o anúncio da desistência da obra pelo governo estadual.
A Secretaria de Mobilidade e Infraestrutura (Semobi) informou que as dificuldades no processo de desapropriação do terreno onde o novo terminal seria erguido foram cruciais para a decisão. Os principais entraves em relação à área — localizada em frente à UPA de Carapina e perto da entrada do Complexo de Tubarão, da Vale — seriam a demora do processo e os custos elevados da desapropriação, que passaram de R$ 21 milhões para R$ 56 milhões.
Ora, se o custo da obra se tornou inviável para os cofres públicos, não há saída senão mudar a rota. Faz parte do jogo. É papel do governo tomar as melhores decisões na gestão das despesas. Mas ficou uma dúvida não respondida: não haveria um outro terreno que viabilizasse a construção de um novo terminal? Afinal um dos gargalos da estrutura atual é o fluxo do trânsito nas imediações.
A solução encontrada foi a reforma e a ampliação do Terminal de Carapina. Em entrevista à CBN Vitória, o secretário de Mobilidade e Infraestrutura, Fábio Damasceno, afirmou que já há uma empresa contratada para a obra, que deve começar ainda neste ano. Uma área ociosa, de 6 mil metros quadrados, segundo o secretário, será desapropriada para tanto.
É certo lamentar que o processo de desapropriação tenha se arrastado tanto tempo na Justiça, inviabilizando um projeto importante para a mobilidade em uma região da Serra com crescente adensamento urbano, há anos esperando por melhorias. A reforma, se responder às demandas dos usuários por mais conforto e segurança, vem em boa hora. E não pode haver mais demora, depois desses seis anos de espera.
O governo deve sempre zelar pelas contas públicas e decidir pelas soluções que melhor atendam à população, sem esbanjar recursos públicos. E a população precisa conhecer esse novo projeto, o quanto antes, para avaliar se será realmente beneficiada. As necessidades de quem depende de transporte público são sempre a prioridade.
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