Três PMs baleados em uma semana no ES: cenas que não podem ser normalizadas

Se policiais estão tão expostos, o que será da própria população? A bandidagem deve se sentir acuada, é ela que deve temer as consequências de andar à margem da lei, sendo punida dentro dessas mesmas leis

Publicado em 03/05/2024 às 01h00
PM
Policial militar em viatura da corporação. Crédito: Fernando Madeira

Um policial militar é baleado de raspão na cabeça no dia 25 de abril, uma quinta-feira. Uma semana depois, bandidos repetem esse ato criminoso em duas ocorrências subsequentes: um soldado também é baleado na cabeça durante o cumprimento do dever, na noite desta quarta-feira (1º).  Na manhã do dia seguinte, nesta quinta (2), a vítima é um sargento da PM, que levou um tiro na mão esquerda.

Não houve mortes, mas não porque era a intenção dos bandidos poupar a vida dos agentes de segurança. Tiros na cabeça têm um significado, e eles ocorreram em duas das situações. O soldado Saimen Rodrigues, baleado na Serra, está em coma induzido e seu estado é considerado grave, de acordo com informações do Boa Noite ES, da TV Gazeta.  A afronta dos criminosos, sem limites, mostra o tamanho desse problema da segurança pública. 

Bandidos que integram facções que ditam regras em bairros conflagrados, criminosos de grupos rivais que disputam o poder nas ruas e nos presídios, marginais que, muito bem armados, não reconhecem as autoridades policiais como a personificação do Estado, responsável pela manutenção da lei e da ordem. Um trabalho com vulnerabilidades por sua própria natureza, é verdade. Mas, diante de uma criminalidade cada vez mais armada, uma atividade cada vez mais arriscada.

A Polícia Militar informou que está adquirindo capacetes balísticos — que segundo o comandante-geral da PM, coronel Douglas Caus, suporta tiro de pistola 9 milímetros — para dar mais proteção à tropa. De acordo com o comandante-geral, os policiais já utilizam coletes à prova de fuzil. Obviamente, equipamentos de proteção podem poupar vidas. Vale lembrar que até as câmeras nas fardas, uma decisão do governo Casagrande, também podem proteger os policiais.

Mas há algo mais, para além dessas medidas. Se policiais estão tão expostos, o que será da própria população? A bandidagem deve se sentir acuada, é ela que deve temer as consequências de andar à margem da lei, sendo punida dentro dessas mesmas leis. O poder do Estado não pode se abalar por esses episódios de audácia, justamente não dando espaço para que eles se repitam. 

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