Após o primeiro lote de vacinas bivalentes da Pfizer desembarcar no país na última sexta-feira (9), o Ministério da Saúde precisa, com urgência, estabelecer o público-alvo dessas novas doses, mais eficazes no combate à Ômicron original e à subvariante BA.1. E não há dúvidas: é hora de priorizar os idosos. No momento, nessa faixa etária apenas os imunossuprimidos têm a orientação da pasta para serem vacinados com a terceira dose de reforço (ou quinta dose).
É uma medida importante para atravessar a nova onda sem um aumento expressivo de internações e mortes entre os grupos mais vulneráveis. A proximidade das festas de fim de ano acende um alerta, com as reuniões familiares que podem aumentar o número de casos entre as pessoas da faixa etária.
Por isso, a resposta do Ministério da Saúde neste fim de ano, mesmo com a mudança de gestão, deve ser mais ágil e organizada do que tem sido ao longo de 2022, quando estados e municípios assumiram as decisões sobre a imunização justamente em função da omissão do governo federal. Há cidades do país que já oferecem a terceira dose de reforço a grupos não prioritários, como adultos sem comorbidades, embora ainda não exista um consenso científico sobre essa necessidade.
Na sexta-feira, foram entregues 1,4 milhão de doses do imunizante "turbinado", com a expectativa de entrega de novos lotes até esta segunda (12), somando 4,5 milhões de doses até o início da próxima semana. A Pfizer planeja também entregar 27,4 milhões de doses de outra vacina com as subvariantes BA.4 e BA.5 da Ômicron nos próximos dois meses.
No Espírito Santo, a Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) havia afirmado na última semana que a vacinação dos idosos no Estado só dependia da entrega das vacinas bivalentes, cujo uso emergencial para o público acima dos 12 anos foi aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) no dia 22 de novembro. No Estado, o número de casos explodiu em novembro: 30.650. Em outubro foram registrados 741.
Ao mesmo tempo, com os dados nacionais disponíveis (há um apagão de informações do Ministério da Saúde sobre o status da imunização no país) apontando números expressivos da população com atraso no esquema vacinal, é importante também uma campanha mais abrangente para atrair quem tomou apenas uma ou duas doses.
Muitos se fazem a pergunta: até quando será necessário se vacinar? A comunidade científica, em todo o mundo, acredita que a vacinação contra a Covid vai fazer parte do calendário, como a da gripe, mas não há uma definição da periodicidade. As vacinas, mesmo as desatualizadas para as novas variantes, foram e continuam sendo as responsáveis pela redução das internações e da mortalidade. O Brasil passa por uma nova onda, sem a necessidade de medidas restritivas. Enquanto a ciência defender a necessidade de imunização, vamos ter que, sobretudo os mais vulneráveis, nos acostumar com as picadas no braço.
LEIA MAIS EDITORIAIS
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rápido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem.
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta.