Vacinação de crianças e adolescentes: pais e mães precisam ser mais responsáveis

Mais de 500 mil crianças e adolescentes não foram vacinados  ou estão com o esquema vacinal incompleto contra a Covid-19. Com a chegada de vacina contra a dengue, é preciso mudar esse quadro de baixo engajamento

Publicado em 05/02/2024 às 01h00
Vacina
Vacina contra a Covid. Crédito: André Sobral

Mais de 500 mil crianças e adolescentes no Espírito Santo não foram vacinados ou estão com o esquema vacinal incompleto contra a Covid-19, de acordo com informações da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa). É um número alarmante, sobretudo depois dos anos de pandemia.

Mesmo com as novas variantes em circulação atualmente, a doença segue controlada, sem casos expressivos de internações. E é importante ter em mente que esse cenário tranquilo se deve justamente à vacinação em massa da população, mas o descaso com a imunização dos mais jovens pode colocar tudo a perder.

Exemplo disso foi a queda da cobertura vacinal do sarampo no final da década passada, o que provocou surtos da doença no Brasil. O país havia recebido a certificação de país livre do sarampo em 2016, mas em 2019 esse título foi retirado. Crianças e adolescentes ficaram novamente vulneráveis à doença.

O Programa Nacional de Imunizações há 50 anos é uma referência internacional no controle de doenças imunopreveníveis. Motivo de orgulho como política pública de saúde. Mas a disputa ideológica em torno da vacina vem destruindo esse legado. Nem mesmo a pandemia mais mortal dos últimos cem anos foi capaz de promover um consenso em torno da vacina, com a ciência ao seu lado.

Para além da ideologia, as vacinas também pagam o preço da sua própria eficácia. Como muitas doenças foram erradicadas ou controladas com a imunização, a própria cultura da vacinação foi sendo enfraquecida. Mas o que pais e mães, ou outros responsáveis pelas crianças, precisam ter em mente é que o calendário anual de vacinação não existe por acaso: ele precisa ser seguido para o controle dessas doenças que, felizmente, deixaram de ser comuns.

Neste mês de fevereiro, um imunizante novo para combater uma doença epidêmica no Brasil vai estar disponível para crianças de 10 a 14 anos: a esperada vacina contra a dengue. É justamente a faixa etária, além dos idosos, na qual se concentram mais casos de hospitalização. No Espírito Santo, 20 municípios serão contemplados. É o momento de pais, mães, familiares, professores se engajarem para que o maior número de crianças e adolescentes fique protegido contra essa doença que pode matar.

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