A pesquisa mais recente realizada pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), com dados de 2013, colocou o Brasil no topo do ranking da violência contra professores. A ameaça sofrida pela professora de Guriri, no Norte do Estado, enquadra-se neste cenário trágico que torna o desafio de tirar o país do abismo educacional ainda mais difícil.
Costuma-se bradar, com razão, que a solução para as calamidades brasileiras, da baixa produtividade econômica à criminalidade, sempre passa pela qualidade da educação. Mas como tornar o ensino atraente às novas gerações, diante de tantas distrações e seduções, na internet ou no mundo real? Para um professor, fazer-se respeitado em sala de aula já encontra obstáculos suficientes no dia a dia, mas quando a indisciplina se transforma em intimidações tão graves quanto um “vou arrancar suas duas pernas” é sinal de que estamos falhando como sociedade.
É a inversão de valores, que nada tem a ver com o tom geralmente moralista da expressão, unida à incapacidade de mostrar aos mais jovens o quanto o conhecimento acumulado nos anos escolares pode ser transformador. Algo que não pode ser arrancado por ninguém.
Este vídeo pode te interessar
Vale a defesa de políticas públicas que aumentem a segurança nas escolas e salvaguardem os professores, garantindo sua integridade física e emocional. Mas qualquer medida que endureça as punições traz consigo certa tristeza: a constatação de que alunos e professores estão cada vez mais distantes, sendo que se trata de uma relação que deveria estar sacralizada, por ser das mais saudáveis e férteis, algo basilar em qualquer sociedade que valorize o conhecimento como uma virtude inegociável.
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rápido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem.
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta.