A perda de uma vida no trânsito tem um efeito devastador para familiares e amigos. É um movimento abrupto, difícil demais de ser aceito. Acaba sendo tão sem cabimento quanto um assassinato, pela brutalidade e pela banalidade, mas ainda causa bem menos indignação na sociedade. Não deveria ser assim. A imprudência ainda é a marca maior dos acidentes. E, quando tragédias são provocadas por falhas de infraestrutura viária, tão comuns nas estradas brasileiras, há também responsabilidades envolvidas, pois são o resultado do descaso e da falta de empenho do poder público, seja como provedor, seja como fiscalizador.
É possível que se tente encontrar justificativas. Afinal, a criminalidade tende a ser mais feroz na Região Metropolitana, o que faz com que os acidentes de trânsito acabem sendo mais relevantes nessas regiões com menores concentrações urbanas, cortadas pelas duas grandes BRs que atravessam o Espírito Santo: a 101 e a 262. Mas é preciso ter uma noção menos simplista: o trânsito mata demais, e é preciso que se estabeleçam estratégias sérias de combate a essa violência, uma agenda tão importante quanto a segurança pública.
Como ressaltou o colunista Vitor Vogas, ao expor esses dados no último dia 3, enquanto gradativamente está havendo uma redução no número de homicídios no Estado, a violência no trânsito segue na ascendente. Reduzir a carnificina nas rodovias é também uma meta urgente de civilidade.
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A rédea curta nas regras de trânsito é tão importante quanto os anseios, legítimos, por uma legislação penal mais dura. A irresponsabilidade ao volante carece de freios legais e também morais, com necessários investimentos em educação. Estradas modernas e sinalizadas são uma reivindicação inegociável, mas o comportamento do motorista também precisa começar a passar por um crivo ético.
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