As circunstâncias da morte de Eduardo Pereira Martins, de 18 anos, durante confronto entre suspeitos armados e agentes da Guarda Municipal no bairro Cobi de Cima, em Vila Velha, precisam ser apuradas e esclarecidas. Esse é um ponto incontestável.
O Secretário Municipal de Defesa Social e Trânsito de Vila Velha, tenente-coronel Geovanio Silva Ribeiro, explicou a ação da equipe da Guarda Municipal que fazia o patrulhamento no bairro. O secretário relatou que, em uma abordagem, Eduardo teria apontado uma arma contra a equipe. Por isso, foram feitos disparos contra o rapaz, que ficou caído na escadaria que dá acesso ao bairro. Eduardo, de acordo com a corporação, possuía quatro passagens pela polícia, por tráfico de drogas e roubo.
Por outro lado, moradores criticaram a condução da ação, enquanto a família nega que ele estivesse armado. "Meu filho tinha ido cortar o cabelo e, quando ele estava voltando, os policiais da guarda municipal mandaram ele parar. Ele levantou a mão, o celular dele caiu e quando ele foi abaixar, ele tomou um tiro", disse a mãe do rapaz.
A morte foi o estopim para o caos no bairro na noite de quarta-feira (29). Três ônibus foram incendiados, o que provocou a interrupção da circulação de coletivos na região. Também houve registros de protestos da população e tiros disparados nas ruas de Cobi de Cima e Cobilândia, também em Vila Velha.
Um retrato triste da violência em bairros onde o tráfico de drogas dita as leis e a rotina dos moradores. Bairros em que as forças policiais com frequência precisam se fazer presentes para impor a lei e a ordem. E isso nem sempre ocorre de maneira equilibrada, casos de truculência policial acontecem, mas também há a violência desmedida de criminosos. No meio de tudo, estão as pessoas que vivem ali, vizinhas dessa brutalidade. Moradores que merecem ter paz para suas tarefas cotidianas, mas não conseguem atingi-la diante dessa guerrilha urbana.
As imagens da confusão na região de Cobi de Cima remetem a outros episódios na Grande Vitória com o mesmo roteiro. Não é a primeira vez que uma morte provoca esse tipo de reação violenta, e é por isso que não pode haver dúvidas sobre o que aconteceu.
LEIA MAIS EDITORIAIS
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rápido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem.
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta.