O anúncio de que o teste com cruzeiros marítimos no Espírito Santo, previsto para abril de 2025, precisou ser adiado causa certa apreensão. Afinal, o turismo é a aposta do setor produtivo, do governo estadual e das prefeituras para aumentar a arrecadação quando os efeitos da reforma tributária começarem a ser sentidos no Estado, com o fim dos incentivos fiscais em 2032.
Em entrevista à coluna de Abdo Filho, o presidente da Federação do Comércio do Espírito Santo, Idalberto Moro, informou que o adiamento se deu porque as licenças da SPU (Superintendência de Patrimônio da União) e da Antaq (Agência Nacional dos Transportes Aquaviários) não saíram em tempo hábil. "Vai ficar para a próxima temporada. Tudo dando certo, faremos o teste em novembro ou dezembro (de 2025)", adiantou.
Por consequência, a previsão de paradas recorrentes de embarcações ficou para o verão de 2026/27.
Sem as licenças, a Fecomércio não iniciou ainda as obras do atracadouro, em em uma área do Hotel Senac Ilha do Boi, das lanchas que farão o transporte dos passageiros do navio (que ficará ancorado na entrada da Baía de Vitória) para terra firme. Serão investidos R$ 3 milhões.
Uma obra que vai colocar o Espírito Santo no mapa dos cruzeiros marítimos, um mercado turístico que vem sendo incrementado nos últimos anos pelas viagens temáticas com artistas. Não é razoável que um Estado tão bem localizado na costa brasileira fique tanto tempo de costas para esses eventos.
O Porto de Vitória já chegou a ter mais de 31 paradas em uma única temporada de cruzeiros, em 2011. Contudo, os navios ficaram bem maiores, hoje chegam a levar 4,5 mil passageiros, o que inviabilizou a entrada na Baía de Vitória. Em dezembro de 2022, após três anos sem embarcações turísticas atracadas, a Capital recebeu o Ocean Explorer, com 98 passageiros de 15 países e 82 tripulantes.
Em fevereiro passado, um estudo da Universidade de São Paulo (USP) mostrou a viabilidade da volta dos cruzeiros ao Estado com as embarcações não tendo que passar por baixo da Terceira Ponte, já que a altura dos navios não permite.
O quanto antes for colocada em prática uma operação sistematizada, com uma agenda organizada, mais o turismo capixaba vai se desenvolver, com os devidos investimentos nas atrações em terra, onde o turista vai deixar o seu dinheiro. Em Santa Catarina, por exemplo, o gasto por visitante fica entre R$ 600 e R$ 800. As embarcações previstas para o Espírito Santo têm entre 3 mil e 5 mil passageiros. Não há tempo a perder.
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