No fim do ano passado, após o período eleitoral, foi dito neste espaço que 2023 seria o ano de o Espírito Santo construir pontes com Brasília para destravar obras de suma importância para o desenvolvimento econômico e o bem-estar da população. Hoje, dez meses depois, o Estado começa a colher os resultados dessa boa interlocução feita pelo governo e pelos parlamentares capixabas com a União. Um deles é a criação da Zona de Processamento de Exportação de Aracruz, a primeira ZPE privada do Brasil.
Mais de uma dezena de ministros já vieram ao Estado neste ano para anunciar obras e parcerias em diferentes áreas, como Segurança, Saúde, Educação e Infraestrutura. Na última terça-feira (17), por exemplo, durante evento de lançamento do novo Programa de Aceleração de Crescimento (PAC), em Vitória, foram prometidos investimentos para solucionar velhos gargalos capixabas, como a duplicação das BRs 101 e 262 e a ampliação da ferrovia EF-118, conectando o ramal capixaba ao Rio de Janeiro.
Investimentos que vão dar uma injeção de ânimo para a economia capixaba se diversificar e crescer diante dos reveses da reforma tributária. Esse desenvolvimento também passa pelo decreto presidencial assinado por Lula, ratificando a criação da ZPE de Aracruz. A notícia é excelente para a economia capixaba.
Com uma série de incentivos fiscais, cambiais e burocráticos para as empresas, o polo industrial dedicado à exportação que será instalado em Barra do Riacho, a 13 quilômetros dos portos da região, abre uma janela de oportunidades para o Estado, com geração de emprego e renda.
O Grupo Imetame, que solicitou a instalação da ZPE, já apresentou o projeto a várias empresas e setores, entre elas a gigante canadense Colliers, especializada em fazer arranjos imobiliários e presente em 60 países. Outras empresas e segmentos ligados à exportação também devem ser atraídos pelo empreendimento. O setor de rochas, dos destaques da economia capixaba, com uma cadeia produtiva numerosa e um parque industrial crucial para o PIB do Estado, é um dos claros beneficiados.
Em um momento em que a economia do Espírito Santo é desafiada, é preciso saber aproveitar todas as chances de diversificar e aprimorar investimentos. Por isso, não apenas os grandes players da economia do Estado devem se beneficiar da ZPE. Com a isenção de impostos de importação e exportação, negócios de pequeno e médio porte também podem se tornar mais competitivos no comércio exterior.
O fomento a novos negócios deve estar na mira de empresários e das administrações públicas. Portocel, antes focado apenas em celulose, está trabalhando forte para ampliar suas atividades e tem conseguido bons resultados.
Além da ZPE e do pacote portuário, Aracruz também integra a área da Sudene desde 2021. Essa combinação de estímulos precisa ser convertida em avanços para a indústria, alavancando a economia do Estado para além das commodities. Apex, Sindiex, Sebrae, Bandes, Findes, governos e prefeituras devem potencializar esse movimento, com qualificação para o mercado internacional, para a oferta de linhas de crédito e para a infraestrutura logística da região. As portas, ou melhor, os portos estão abertos.
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