No rol de damas que o Espírito Santo ostenta, Marcina Chiabay Loureiro é certamente uma das personalidades de mais prestígio. Do alto de seus 92 anos e em plena atividade, ela desfruta de um respeito e reconhecimento do jet set capixaba. Sempre à frente de seu tempo, ela tem uma história de se orgulhar.
Ela, que prosperou na década de 1960 - época em que o scotch rolava solto nas festas da Ilha (era esse mesmo o palavreado que se usava nas colunas sociais que a socialite estampou) -, foi a primeira mulher a empreender de verdade na Capital e comandou, por décadas, a primeira boutique de luxo que o Estado teve. Vendia de tudo – de perucas a vestidos de festa, passando pelos mais variados acessórios e tudo quanto era novidade da época. Comprava as mercadorias direto do Rio de Janeiro e São Paulo e até hoje a loja, que ficava no Parque Moscoso, no Centro, quando o point da society era todo por aquelas bandas, é lembrada como referência para quem é do ramo.
Contadora por formação, Marcina é a figura que abre a série de entrevistas em vídeo “Socialites Capixabas”, produzida pelo Divirta-se, seção de Entretenimento de A GAZETA.
Natural de Afonso Cláudio, ela lembra que veio para a Capital estudar com a família ainda em veículos de carga, movidos a jegue. Chegou a Vitória nos anos 30 e o comércio já estava no DNA da família.
“Papai queria mais. Ele já era do comércio e todos nós, filhos, seguimos por essa área de trabalho. A família Chiabay inteira”. Saudosa, se referia a Raimundo Chiabay, seu pai, um dos 11 irmãos do clã que apostou as fichas que tinha nas mais diversas áreas do comércio pelo Estado afora.
Viúva há 11 anos, Marcina é mãe de Suzane e Ricardo; avó de Ingrid, Vickie, Cindy, Marcina, Ricardo e Rebecca – e contando! Mas não fala da família sem citar o genro, Jules White, e a nora, Ruth, por quem nutre mesmo carinho materno que tem pelos seus.
O IMPÉRIO E MEMÓRIAS DE MARCINA CHIABAY
Antes de ser dona do próprio negócio, Marcina chegou a trabalhar em uma firma de café, na região Metropolitana de Vitória, mas com o incentivo do marido, Philareto Nascimento Loureiro, e já após a maternidade, decidiu dividir as tarefas de dona de casa, mãe e esposa com as de empresária. “Meu marido me deixava livre para fazer o que quisesse. Viajávamos muito, foi um casamento muito bom”, conta, deixando escapar algumas lágrimas dos olhos que brilham com um tom de azul cada dia mais reluzente.
Marcina Chiabay
Aposentadoria não é uma opção. Para se manter fisicamente bem, a socialite é adepta do pilates e até hoje ajuda a filha, Suzane White, na loja homônima de roupas femininas, em Vitória. “Adoro chegar lá e incentivar todas as clientes a comprar. Elogio, faço a festa (risos)”, fala, destacando sua saudade dos tempos áureos que a sociedade capixaba viveu: “Antigamente tinham mais festas. Festas espetaculares. Tudo muito diferente de como é hoje. Vitória mudou da água para o vinho”.
É inclusive essa a receita que Marcina dá para longevidade e um mundo melhor: “As pessoas têm que comemorar mais. A vida é uma festa e temos que aproveitar todos os momentos ao máximo. Vamos comemorar mais!”.
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