Na incessante busca por aumentar a produtividade e a qualidade dos alimentos, agricultores do Espírito Santo contam até com uma ajudinha do céus, por meio de um aplicativo, que reúne informações do espaço e contribui para a tomada de decisões.
O projeto-piloto da Cooperativa Agrária dos Produtores de São Gabriel (Cooabriel) está sendo testado por cerca de 30 produtores. Como a ferramenta capta imagens de satélite e sinaliza se há previsão de chuva, fica mais fácil decidir sobre a pulverização da lavoura em curto tempo.
“É um trabalho em parceria com uma grande empresa, mas que exige um pouco mais de conhecimento para manusear a plataforma, o que leva a outro desafio: a qualificação do produtor. Para os que têm 50 anos ou mais, em muitos casos, essa é uma barreira. Então, geralmente, essa responsabilidade fica com os filhos”, destaca Perseu Fernando Perdoná, gerente corporativo técnico da cooperativa.
A boa notícia é que justamente essa tecnologia vem ajudando a segurar a juventude no campo. “Os principais motivos dos jovens saírem das propriedades era por não terem autonomia e por não conseguirem ganhos financeiros, realidades que estão mudando”, avalia.
As propriedades rurais têm evoluído bastante no emprego de tecnologias que geram verdadeiros relatórios sobre a produção e também permitem automatizar processos. Agora, o próximo passo é conectar todas as informações e gerar comandos por meio de Inteligência Artificial (IA) até mesmo a distância, traço da agricultura 5.0, que começa a engatinhar no Espírito Santo.
“É a conectividade das informações para que o produtor, onde quer que ele esteja, possa ter dados necessários para a gestão de sua propriedade nas mãos. Essa tecnologia está em fase de implantação no Estado, uma propriedade em Nova Venécia começará a utilizar um aplicativo com esse formato nos próximos meses. É o próximo passo da revolução agrária no Estado, que já se faz presente”, diz o engenheiro agrônomo Elídio Torezani, da Hydra Irrigações.
Para o secretário de Agricultura do Estado, Mario Louzada, os avanços e a modernização no campo não param, sendo a tecnologia uma importante ferramenta de auxílio na gestão do agronegócio.
Mario Louzada
Secretário de Agricultura do ES
"O governo do Estado, por meio da da Seag, criou o banco de projetos que avalia os impactos socioeconômicos e ambientais gerados a partir da adoção de tecnologias e do acesso às políticas públicas para o desenvolvimento sustentável da agricultura, pecuária, abastecimento, aquicultura e pesca. Várias entregas estão sendo realizadas, como estruturação de laboratórios, implantação de unidades demonstrativas, entre outros"
“O governo do Estado, por meio da da Seag, criou o banco de projetos que avalia os impactos socioeconômicos e ambientais gerados a partir da adoção de tecnologias e do acesso às políticas públicas para o desenvolvimento sustentável da agricultura, pecuária, abastecimento, aquicultura e pesca. Várias entregas estão sendo realizadas, como estruturação de laboratórios, implantação de unidades demonstrativas, entre outros”, explica o secretário.
Ele acrescenta ainda que uma inovação será um portal na internet para comercialização de produtos capixabas. O produtor poderá, por meio de um aplicativo, vender seus produtos com facilidade.
“Também podemos destacar o uso de drones na pulverização das lavouras, otimizando a escassez de mão de obra. Vamos continuar avançando para que possamos ampliar o acesso a mercados, reduzir custos ou ainda agregar valor à produção”, destaca Louzada.
O diretor-presidente do Incaper, Lázaro Raslan, explica que o órgão, em 2021, lançou três novas tecnologias que têm beneficiado até agora o café conilon, mas que outras inovações estão a caminho para contribuir para o desenvolvimento do campo.
“A tecnologia é aliada da agropecuária no Espírito Santo e no Brasil. Para o progresso e desenvolvimento contínuo no meio rural, o Incaper atua com inovações advindas tanto da pesquisa quanto da assistência técnica e extensão rural (Ater). No último ano, foram lançadas três novas tecnologias para o café conilon, frutos de um trabalho científico feito com excelência”, ressalta.
Ele diz ainda que o instituto tem usado cada vez mais ferramentas digitais e eletrônicas para melhor atender ao produtor. “Toda a inovação e tecnologia é difundida pelo Incaper com o principal objetivo de melhorar a vida e o trabalho do produtor rural e, assim, contribuir para o crescimento do nosso Estado”, destaca Raslan.
Este vídeo pode te interessar
LEIA MAIS SOBRE O CASO
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rápido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem.
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta.