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Drones e biofábrica são usados em pesquisas na Ufes e no Ifes para o agro

Drones e biofábrica são usados em pesquisas na Ufes e no Ifes para o agro

Iniciativas da universidade e do instituto federal ajudam a desenvolver e aumentar a produtividade rural em propriedades no Espírito Santo

Publicado em 7 de setembro de 2024 às 19:04

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Pulverização tornou-se
mais eficiente com uso de
drones contra doenças e 
pragas do café, inclusive em
lavouras de montanha
Pulverização tornou-se mais eficiente com uso de drones contra doenças e pragas do café, inclusive em lavouras de montanha. (Shutterstock)

Universidades e institutos federais têm, por premissa, a missão de ensinar, mas também ocupam papel central no desenvolvimento local e regional. Essa transformação se dá, fundamentalmente, por meio da extensão, quando o que é ensinado em sala de aula ultrapassa os limites dos campi.

No Espírito Santo, duas iniciativas destacaram-se nos últimos anos. A primeira, da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), levou os recursos tecnológicos de drones de última geração para potencializar lavouras de café na Região Norte do Estado. A outra, do Instituto Federal do Espírito Santo (Ifes), consistiu na criação de uma biofábrica, que produz insumos para aumentar a produtividade, sendo reconhecida em um prêmio da Samsung.

O professor doutor em Engenharia Agrícola Edney Leandro da Vitória, da Ufes em São Mateus, aponta que a universidade enxergou uma janela de oportunidades a partir de 2018, quando as primeiras aeronaves remotamente pilotadas (ARPs), conhecidas como drones, mas específicas para a utilização na prevenção de pragas e doenças, chegaram ao Espírito Santo.

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Sentimos a necessidade de estudar parâmetros mais adequados de aplicação de defensivos agrícolas a fim de aumentar a eficácia do controle das pragas e doenças, causando o menor impacto possível ao meio ambiente e ao homem

Edney Leandro da Vitória
Professor doutor em Engenharia Agrícola da Ufes em São Mateus
Aspas de citação

Os primeiros testes aconteceram em agosto de 2018, na Fazenda Experimental da Ufes, em São Mateus, com o Laboratório de Mecanização e Defensivos Agrícolas, pioneiro nesse tipo de pesquisa. Os primeiros resultados expressivos foram publicados em 2023, na Revista Agronomy, e o artigo sobre os experimentos se tornou um dos mais lidos sobre o tema.

Ficou constatado que são eficientes na pulverização e aplicação de produtos químicos e biológicos no controle de pragas e doenças do café, inclusive em lavouras de montanha.

Concluiu-se também que os equipamentos podem ser considerados alternativa ssustentáveis no controle de pragas e doenças do cafeeiro, com redução de até 40 vezes na água gasta quando comparado aos métodos tratorizados, além de menor exposição do homem a produtos químicos.

“Aplicação de defensivos agrícolas em lavouras de café por meio de drones no Espírito Santo é uma realidade. A demanda tem aumentado a cada ano. Ao término de cada experimento, fazemos a divulgação dos resultados por meio de dias de campo em conjunto com o Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper)”, conta o professor. O reconhecimento da iniciativa foi tão grande que Edney foi convidado em 2023 a palestrar sobre o tema na China, vista como a maior referência nas pesquisas que envolvem drones pulverizadores.

Biofábrica

Já no Ifes, em Vila Velha, as teorias aprendidas em sala de aula resultaram no projeto “Biofábrica sustentável: produção de bioinsumos agrícolas”, desenvolvido por uma equipe do 3º ano do ensino médio. A iniciativa foi uma das mais votadas pelo júri popular da 10ª edição do Solve For Tomorrow, da Samsung, cuja premiação foi em São Paulo (SP), no fim de 2023.

A biofábrica consiste na utilização de microrganismos vivos e cuidadosamente selecionados para produzir biofertilizantes e biopesticidas. Estes ajudam a melhorar a produtividade agrícola de maneira sustentável e o tratamento de resíduos e biorremediação, utilizando organismos para degradar poluentes e resíduos tóxicos.

Responsável pelo projeto e coordenadora da InovaVila, núcleo incubador do Ifes, a professora Marcela Paes afirma que o objetivo da iniciativa é desenvolver habilidades empreendedoras nos estudantes. “Mostra a importância de apresentar aos estudantes que o que é aprendido em sala de aula tem aplicação prática e que pesquisas avançadas podem contribuir com a melhoria da qualidade de vida da população”, reflete.

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A professora explica que os estudantes se formaram em 2023 e, agora, os bioinsumos de fabricação estão em fase final de desenvolvimento e em testes no campo. 

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