O agronegócio é responsável por 30% do Produto Interno Bruto (PIB) do Espírito Santo e há produção mesmo na Região Metropolitana, onde há maior concentração de outros setores econômicos. E há grande diversidade nas lavouras capixabas. Mas o destaque, entretanto, é a predominância do café: ele é o principal produto de 61 das 78 cidades capixabas.
Para mostrar qual é as duas culturas mais valiosas por município do Estado, A Gazeta mapeou com base na base de dados do IBGE os segundos produtos com maior valor de produção em cada cidade capixaba (veja o mapa abaixo).
A cafeicultura faz parte do DNA de quase 131 mil famílias no Espírito Santo e, por ano, injeta aproximadamente R$ 4,4 bilhões na economia dos municípios. Para se ter uma dimensão de como ela é importante, se colocássemos grãos de café para representar os municípios onde o plantio dessa cultura é sua principal atividade econômica agropecuária, veríamos 78,2% do mapa do Estado coberto por eles.
Segundo o IBGE, em 2018 (ano dos dados mais recentes disponíveis) agricultores capixabas colheram uma área equivalente a 353,6 mil campos de futebol e produziram 2,1 milhões de toneladas de conilon e arábica.
ES É REFERÊNCIA EM TECNOLOGIA NA CAFEICULTURA
Michel Tesch, subsecretário estadual de Agricultura, lembra que o café é uma cultura que tem o desenvolvimento tecnológico muito presente.
Michel Tesch
subsecretário estadual de Agricultura
"Hoje temos um movimento muito grande na cafeicultura. Os produtores estão caminhando para ter qualidade e diferenciação no produto e, com isso, agregar valor à produção"
Referência na pesquisa em cafeicultura, durante mais de três décadas pesquisadores capixabas estudaram, selecionaram e criaram diversas variedades. Além disso, novos tratos culturais possibilitaram que a produção crescesse, mesmo com a redução da área de plantio.
O Espírito Santo é conhecido por ter os melhores, mais valiosos e premiados cafés do país. Uma de suas sacas, de 60 quilos, foi leiloada a R$ 39,2 mil. Em 2017, uma propriedade agroflorestal em Domingos Martins produziu um café especial de 93,6 pontos na categoria natural, onde é realizada a secagem com casca.
DIVERSIDADE DE PRODUÇÃO
Apenas 17 dos 78 municípios do Estado não têm como sua maior atividade agropecuária o café. Na lista de exceções está Marataízes, no Litoral Sul, que tem o abacaxi como sua principal fonte de renda. Em 2018, ele representou 85,3% (R$ 36,1 milhões) do valor da agropecuária no município (R$ 42,3 milhões).
Mas Marataízes não é o único município capixaba que tem como primeiro produto essa fruta espinhosa. Presidente Kennedy comercializou, em 2018, o equivalente a R$ 26,4 milhões em abacaxi. Esse valor representa 42,9% de toda a produção agrícola e pecuária do município (R$ 61,5 milhões). Já Ibitirama e Pedro Canário têm como principal fonte da agropecuária o abate de aves.
Enquanto a maior parte da produção agropecuária do Estado está baseada no plantio ou criação de animais, na Capital capixaba o principal produto vem do mar. Em Vitória, a pesca é o principal produto do agronegócio da cidade. De acordo com o IBGE, em 2018, ela representou R$ 1,16 milhões para a economia local.
MAPA DO AGRONEGÓCIO POR VOLUME DE PRODUÇÃO
Quando olhamos o agronegócio pelo prisma do volume de produção, o café continua ser a cultura predominante. Em 40 municípios do Estado, a cafeicultura tem a maior produção. Em outras 14 cidades é a cana-de-açúcar e em 13 a banana. Confira no mapa abaixo.
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