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O setor do agro que tem rendido ao ES uma safra doce e vitaminada

O setor do agro que tem rendido ao ES uma safra doce e vitaminada

Setor de fruticultura do Espírito Santo se destaca por importantes produções, como mamão, banana, cacau e abacaxi

Publicado em 9 de setembro de 2023 às 09:23

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Abacaxi de Marataízes, Sul do ES
Abacaxi de Marataízes, Sul do ES. (Léo di Maria e Giuly Ribeiro)

Ricas em vitaminas, as frutas cultivadas no Espírito Santo trazem benefícios não só à saúde: elas geram empregos e apresentam o Estado para o mundo.

A fruticultura representa uma parcela significativa na economia capixaba. A produção do setor teve uma área colhida de 73.353 hectares com valor de R$ 1,6 bilhão em 2021, segundo a Secretaria de Estado da Agricultura, Abastecimento, Aquicultura e Pesca (Seag).

Dentre os produtos da fruticultura que são economicamente mais relevantes para o Estado, destacam-se: a banana, que alcança 30% da renda rural do setor, tendo o valor da produção em R$ 487 milhões; o mamão, com peso de 28% e R$ 472 milhões em produção; e o cacau, que aparece em terceiro lugar, com 10% da renda rural e um volume de R$ 162 milhões em produção, segundo a Gerência de Dados e Análises da Seag.

Os polos de produção das três frutas são diversificados. Os municípios mais significativos para a produção de banana são Itaguaçu, Alfredo Chaves e Iconha; o mamão é mais produzido em Pinheiros, Pedro Canário e Linhares; já a produção de cacau se destaca em Linhares, São Mateus e Colatina.

Fazenda Lagoa Nova, em Linhares, usa drones para pulverizar defensivo agrícola e para monitorar situação da plantação de banana
Banana alcança o maior impacto na renda bruta gerada pela fruticultura no Estado capixaba . (Fernando Madeira)

Um dos produtores de cacau em Linhares é Mauro Rossoni. A família dele trabalha com o fruto desde 1983.

“Produzimos em torno de 400 sacas por ano em dois períodos: safrinha ou temporã, de abril a junho, e a safra principal, de agosto a novembro”, destaca.

Segundo Rossoni, hoje as fazendas do Espírito Santo estão aumentando a produção e entrando em uma crescente de renovação. “Isso se dá pelas inovações na área, como o uso de drones em lavouras, e também pela utilização de recursos vindos da reparação ambiental pelo desastre causado no rompimento da barragem de Mariana (MG). Isso deu ânimo para muitos produtores. Tenho 12 famílias que vivem da nossa propriedade. O Espírito Santo sempre foi visto por uma produção de qualidade. Temos o know-how”, aponta.

Exportação

O conjunto de produtos da fruticultura capixaba movimentou, em 2022, cerca de US$ 32,8 milhões com a exportação in natura. O mamão é responsável por 73% das vendas para o mercado externo. As mercadorias mais exportadas pelo Espírito Santo são conservas e preparações de frutas, nozes e castanhas, bananas, mangas e laranjas.

Romeu Hupp faz parte desse processo. Ele é produtor de mamão desde 2009, com o foco principal no consumo in natura da fruta. “Tenho lavouras no município de Sooretama. Somos uma família que investe na cultura e contamos com um grupo de colaboradores. Essa produção é transportada para uma empresa compradora, que se situa no mesmo município. Lá, é feito o processo de seleção da fruta. Depois, ocorre a distribuição, principalmente no Espírito Santo, mas também para outros Estados”, comenta.

O Espírito Santo também é conhecido pelo famoso abacaxi de Marataízes, no Sul do Estado. Cremildo Marvila, de 60 anos, trabalha há mais de 30 anos com o fruto. Presidente da associação de moradores e agricultores familiares da cidade, ele destaca o potencial do produto. “Temos um número imenso de produtores. Quase todo o plantio é comercializado no Rio de Janeiro, em Minas Gerais e em São Paulo”, afirma Cremildo.

Plantação de Abacaxi em Marataízes, Sul do ES
Plantação de Abacaxi em Marataízes, Sul do ES. (Léo di Maria e Giuly Ribeiro)

Agricultura familiar

Segundo a Seag, a fruticultura tem sido uma fonte de diversificação das atividades agrícolas e contribui para a redução do êxodo rural por meio da geração de trabalho e renda.

Boa parte da produção passa pela agricultura familiar, que está presente em 75% dos estabelecimentos rurais capixabas. Algumas culturas na fruticultura chegam a ter 95% de estabelecimentos nesse modelo.

Em um levantamento da secretaria, entre os produtos com maior percentual de participação da agricultura familiar, destacam-se o morango, o abacaxi, a uva, a banana e a laranja.

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