As lavouras de repolho da Região Serrana do Espírito Santo estão sofrendo com a infestação de uma nova doença. As plantas têm sido atingidas pelo enfezamento do repolho, também conhecido como vermelhão do repolho. A doença impede que o vegetal se desenvolva, precisando ser eliminado para a enfermidade não ser espalhar pelo plantio.
O vermelhão tem sido observado nos últimos meses principalmente nos municípios de Santa Maria de Jetibá e Domingos Martins. Até o momento, não existem cultivos de repolho com resistência genética a essa doença.
O diagnóstico das primeiras plantas infectadas no Estado foi feito por pesquisadores do Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper) em parceria com a Cooperativa Agropecuária Centro Serrana (Coopeavi). Segundo o pesquisador do Incaper e um dos responsáveis pela descoberta, Hélcio Costa, muitos produtores procuraram o Incaper levando amostras das folhas avermelhadas.
Eles pensavam que era falta de nutriente, deficiência de fósforo. Mas, em parceria com o laboratório de fitopatologia da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, Esalq, fizemos análise molecular e confirmamos que é o enfezamento do repolho, contou.
O primeiro indício que a planta tem essa doença é a cor das folhas das plantas, que adquirem uma intensa coloração avermelhada. Os sintomas iniciais ocorrem nas reboleiras, as partes mais densas da lavoura, ou seja, em pequenos focos.
O vermelhão do repolho é uma doença causada por um grupo de bactérias parasitas chamadas fitoplasmas, que penetram nos vasos da planta, obstruindo-os. Com isto, a planta não se desenvolve de maneira normal, ou seja, fica atrofiada, ou no popular "enfezada". "A transmissão é feita por cigarrinhas, insetos sugadores de seiva que se alimentam das plantas doentes. Assim, acabam transmitindo a doença para outras plantas, ainda sadias", explica o especialista.
De acordo com Hélcio, a aquisição de mudas sadias é essencial para evitar a doença. O ideal é produzir as mudas em telhados fechados, para evitar a contaminação pelas cigarrinhas na fase inicial de cultivo, disse o pesquisador. As plantas que apresentarem os primeiros sintomas devem ser eliminadas imediatamente da lavoura.
Outra precaução é importante evitar plantios sucessivos de repolho em áreas onde a doença ocorre com maior intensidade. Fazer rotação de culturas é primordial para evitar que a doença se dissemine para outras locais.
Mais uma medida a ser tomada é a implantação de barreiras em volta da cultura, de maneira a dificultar o acesso das cigarrinhas à lavoura de repolho. Se for verificada alta incidência de cigarrinhas na lavoura, o produtor deve fazer o controle químico ainda na fase inicial de desenvolvimento da cultura.
Como as plantas atingidas não formam a cabeça do repolho, a verdura afetada não chega ao mercado. (Com informações do Incaper)
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