Após o desaparecimento e a confirmação da morte de Araceli Cabrera Crespo, de 8 anos, em maio de 1973, as investigações ficaram em evidência, com a opinião pública cobrando respostas. O sargento José Homero Dias, do serviço secreto da Polícia Militar, foi um dos homens destacados para fazer o levantamento de informações, na busca de possíveis suspeitos.
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Entretanto, ainda em 1973, ele foi retirado do caso e, em novembro daquele ano, acabou assassinado. O Ministério Público considerou a morte suspeita, porque o policial estaria chegando perto da autoria do crime.
Meio século depois, Carlos Magno Dias, o filho mais velho do sargento assassinado, lembra do pai que perdeu quando tinha 9 anos. "Meu pai era um sujeito simples, que veio do interior, trabalhando vendendo verdura. Teve a oportunidade de ingressar na polícia. Um soldado exemplar, recebeu um troféu de honra ao mérito por ser muito disciplinado."
Na época do crime, o sargento trabalhava na P2, o serviço secreto. "Ele não trabalhava fardado nessa ocasião, quando ele entrou para essa equipe de investigação", relembra.
Para Carlos Magno, o pai foi vítima de uma emboscada por não ter aceitado se corromper. "Preferiram tirar a vida dele porque ele não aceitou o suborno. Se ele tivesse aceitado, talvez estivesse vivo."
O sargento, que já havia sido retirado do caso Araceli, foi designado, em novembro de 1973, para uma missão de prender traficantes na Vila Rubim, em Vitória. Na diligência, o alvo da polícia era o traficante conhecido como Paulinho Boca Negra, que, segundo a versão oficial, teria atirado e matado o sargento Homero. O criminoso, que negava a autoria, acabou morto na prisão.
Carlos Magno lembra que o pai estava muito revoltado com a morte de Araceli. "Ele tinha uma filha da idade dela praticamente, entendeu? Então, quer dizer, não é fácil você se colocar no lugar do outro perdendo filho dessa forma, da forma bruta como essa menina foi morta."
Meio século depois, Carlos Magno faz questão de afirmar o orgulho que tem do pai, até hoje. "Ele é um herói, se ele tivesse aceitado o suborno, talvez eu não falasse dele com tanta satisfação."
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