Prioridade na campanha de vacinação contra a Covid-19, os povos indígenas no Espírito Santo tiveram cerca de 93% do seu público-alvo imunizados — os maiores de 18 anos. O dado foi revelado pelo secretário Estadual de Saúde, nesta segunda-feira, 19 de abril. A data é marcada pela celebração nacional do Dia dos Povos Indígenas.
"Nós entendemos que 93% é um bom indicador, mas a meta nossa é 100% do público atingido. A vacinação da população indígena tem uma operacionalização distinta”, destacou Nésio Fernandes.
Aracruz, no Norte do Estado, é o único município capixaba com terras indígenas demarcadas e tradicionalmente ocupadas. São ao todo 12 aldeias habitadas pelos povos Tupinikim e Guarani. As aldeias estão localizadas na região litorânea do município e às margens do Rio Piraquê-Açu.
Segundo a prefeitura, Aracruz concentra uma população indígena de 4.604 habitantes em suas aldeias. A administração municipal detalhou que os vacinados com a primeira dose somam 2.638 pessoas, e 2.445 aldeados já receberam também a segunda dose da vacina, chegando a média de 93% de imunizados entre o público-alvo.
De acordo com o secretário, a totalidade do público não foi imunizada em função da disseminação de notícias falsas sobre a vacina.
A situação foi confirmada pela Prefeitura de Aracruz. “A maior dificuldade foram as notícias falsas. No início da campanha, tivemos baixa adesão, mas nossas equipes de saúde foram muito persistentes em orientar várias vezes para desmistificar essas informações. Também tivemos a participação dos caciques quanto a conscientização da comunidade sobre a importância da vacinação”, disse.
A primeira indígena vacinada contra o novo coronavírus no Estado foi uma idosa da etnia Guarani. Dona Marilza da Silva, 72 anos, foi imunizada na tarde do dia 19 de janeiro. A vacinação foi na Aldeia Piraquê-Açu. Veja o momento.
Desde então, a ocorrência da doença está diminuindo muito nas aldeias de Aracruz. Ainda segundo dados do município, entre janeiro e fevereiro foram registrados 133 casos positivos da Covid-19 entre os indígenas. Em março, depois da aplicação da segunda dose, foram apenas 15. A situação é contrária ao observado entre o público geral, que convive com um aumento no número de casos.
Desde o início da pandemia, a população indígenas de Aracruz já registrou 812 casos da doença. Desses pacientes, quatro morreram em função da Covid-19. Segundo a prefeitura, foram dois óbitos na Aldeia de Irajá, um na Aldeia Areal e outro na Aldeia Caieiras Velha. Nenhum dos pacientes tinham sido imunizados com as duas doses da vacina.
“No momento, estamos com quatro casos ativos, mas todos com sintomas leves em tratamento domiciliar”, finalizou a prefeitura.
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