Em protesto pedindo a volta dos cobradores para dentro dos coletivos, rodoviários pediram a saída dos ônibus do Transcol da garagem das empresas na manhã desta segunda-feira (04). A manifestação se estendeu por toda a tarde e se dirigiu ao centro da Capital.
Segundo o Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários no Estado do Espírito Santo (Sindirodoviários), apenas conseguiram deixar a garagem os coletivos com ar-condicionado, que são aqueles que já não circulavam com cobradores antes mesmo da pandemia.
Fim do protesto
Por volta das 17h30 os ônibus começaram a sair e liberaram o trânsito em Vitória. De acordo com o Sindirodoviários, sindicato que representa a categoria profissional, ainda nesta segunda-feira (04) haverá nova reunião para decidir sobre a continuidade da paralisação nesta terça (05). Os trabalhadores pedem o retorno dos cobradores de ônibus aos postos de trabalho, profissionais que foram afastados da função desde o início da pandemia do novo coronavírus.
Presidente do Sindirodoviários afirma que ônibus estão circulando normalmente
"Fora os coletivos na manifestação, os ônibus já estão regularizados na Grande Vitória. A diretoria sentará para resolver como será feito amanhã (05). O sindicato irá decidir", diz o presidente interino do Sindirodoviários, José Carlos Sales Cardoso.
Sindicato emite nova nota afirmando que serviço está sendo normalizado
Procurado pela reportagem, o Sindicato das Empresas de Transporte Metropolitano da Grande Vitória (GVBus) informou que "apesar do fim do auxílio emergencial concedido pelo Governo Federal em 31/12/2020, o Governo do Estado editou a portaria 045-S em 28/12/2020, suspendendo a atividade dos cobradores em razão da obrigatoriedade do pagamento eletrônico da passagem e para resguardar a saúde deles e dos passageiros. Dessa forma, ressaltamos que não haverá qualquer prejuízo aos colaboradores que, embora não cumprirão jornada de trabalho nos coletivos, pois permanecerão afastados, receberão integralmente o seus salários e benefícios previstos no acordo coletivo. Destacamos que esses trabalhadores possuem garantia provisória no emprego, conforme a Lei n.º 14.020/2020. No início da tarde os rodoviários liberaram as entradas das garagens e, aos poucos, o serviço está se normalizando".
“Estou bastante cansada, mas não tem nem como ir para casa a pé"
Aline pegou o ônibus às 16h na Avenida Jeronimo Monteiro, já que trabalha no Morro da Piedade, em Vitória, como cuidadora de idosos. Ela estava indo para o Terminal de Itacibá e mora em Prolar, Cariacica, mas teve que descer do coletivo por causa da manifestação. “Estou bastante cansada, mas não tem nem como ir para casa a pé. Agora é esperar”, disse.
Confusão entre manifestantes e PMs
Discussão acalorada entre manifestantes e a Polícia Militar, que pediu que uma faixa fosse liberada, resulta na intervenção de agentes, que fez com que uma das faixas fosse liberada.
Interdição total
A avenida Jerônimo Monteiro fica totalmente interditada no sentido Centro de Vitória. No sentido contrário, no sentido Praia do Canto, seguem apenas duas faixas ocupadas.
Sentido Praia do Canto
Manifestantes também ocupam duas faixas da avenida Jerônimo Monteiro no sentido Centro - Praia do Canto, em frente ao Palácio Anchieta.
Manifestação pode se estender nesta terça-feira (05)
Manifestantes pedem que cobradores voltem amanhã às 4h para as garagens. Mais paralisações e protestos podem acontecer na Grande Vitória nesta terça-feira (05).
Protesto chega ao Palácio Anchieta
O protesto dos rodoviários chegou em frente ao Palácio Anchieta, ocupando duas faixas da via.
Praça Costa Pereira
A manifestação segue pela praça Costa Pereira, no Centro da Capital. Os manifestantes pedem para que as lojas que vendem o cartão da GVBus parem de vender, em demonstração de apoio à paralisação.
Reivindicação da categoria
Entre as reivindicações dos rodoviários está o fim da validade da Medida Provisória Federal que garantia a manutenção dos empregos dos cobradores enquanto os trabalhadores permanecessem afastados durante a pandemia. O temor da categoria com o fim da MP é de que ocorra demissão em massa, como dito pelo diretor do Sindirodoviários, Wagner Fernandes Vieira. Segundo ele, há um acordo com o Governo do Estado para que os postos de trabalho sejam mantidos. "Tem um acordo de que depois que acabasse a MP, iriam voltar os cobradores. Sabemos que é para acabar a estabilidade para depois mandá-los embora. Queremos que seja seguido o acordo que o governador assinou".
Veja fotos do protesto dos rodoviários em Vitória
Os rodoviários saíram da pracinha de Jucutuquara e caminharam pela Avenida Vitória, seguindo para a Jerônimo Monteiro.
Veja fotos do protesto dos rodoviários em Vitória
Fila de ônibus
Além dos rodoviários em caminhada até o Centro de Vitória, uma longa fila de ônibus do Transcol se formou nas imediações do Centro da Capital capixaba. O Trânsito também está complicado nas avenidas Jerônimo Monteiro e também na Princesa Isabel.
Ônibus passando pela Avenida Jerônimo Monteiro
Devido ao protesto, os coletivos estão passando pela Avenida Jerônimo Monteiro, no Centro, como já ocorre diariamente, visto que o tráfego pela Avenida Princesa Isabel para esse tipo de veículo é proibido pela Prefeitura da capital. Entretanto, em atos como o protesto desta segunda-feira (04), a recomendação é que sigam com os coletivos pela Princesa Isabel, o que não ocorre na caminhada dos rodoviários.
Reivindicação e reflexo no trânsito
Após partirem da Pracinha de Jucutuquara, os rodoviários iniciaram a caminhada em direção ao Centro de Vitória. Em alguns trechos, com o apoio de um trio elétrico, os manifestantes ocuparam duas faixas da Avenida Vitória, deixando o trânsito limitado a uma faixa de rolamento. Uma viatura da Polícia Militar e outra da Guarda Municipal acompanham o deslocamento do grupo.
Caminhada rumo ao Centro de Vitória
Segundo a Guarda Municipal de Vitória, os rodoviários ocupam uma faixa da Avenida Vitória, em frente à Fábrica de Ideias. A concentração ocorreu na pracinha do bairro Jucutuquara. De la, os manifestantes seguem caminhando pela avenida, em direção ao Centro da Capital capixaba.
Risco de elevação de casos de covid
Para justificar uma das liminares que proíbem o Sindicato dos Rodoviários de impedir a saída dos ônibus das garagens, o desembargador do Trabalho Marcello Maciel Mancilha afirmou que uma paralisação provocaria uma maior aglomeração dos trabalhadores e usuários do sistema de transporte, o que poderia gerar um crescimento do número de casos de coronavírus no Estado. Na liminar, o desembargador determina a manutenção da integralidade da frota em operação dos serviços de Transporte Metropolitano (Transcol) e Municipal de Vitória e Vila Velha para "garantir a não aglomeração de pessoas dentro dos veículos"
Sindicato dos Rodoviários diz que os ônibus voltaram a circular
O presidente interino do Sindicato dos Rodoviários, José Carlos Sales, informou que recebeu a notificação das liminares por volta das 11h45 e que os ônibus começaram a sair das garagens. As empresas de ônibus da Grande Vitória conseguiram duas liminares na Justiça do Trabalho que proíbem o Sindicato dos Rodoviários de impedir a saída dos veículos das garagens.
Passageiros relatam dificuldades para chegar ao trabalho
Moradora de Viana, Vanusa Nascimento trabalha na Praia do Canto, em Vitória. O marido a trouxe até o Terminal de Campo Grande por volta das 8h50, mas ela não conseguiu pegar o ônibus da linha 515. Por isso, foi liberada para voltar para sua casa. “Eu ia para o trabalho, mas minha chefe me liberou para voltar pra casa. Agora meu esposo está vindo de novo me buscar aqui”.
Paralisação prejudica vendedores nos terminais
A paralisação dos rodoviários não afeta somente quem depende do transporte público para se locomover. Sirlei Rodrigues tem duas lojas no Terminal de Laranjeiras, na Serra, e vende sombrinhas, carregadores, fones, entre outros produtos. Ela afirmou que, por conta da falta de passageiros, teve um prejuízo grande hoje. “Eu trabalho aqui há 3 anos já. A gente entende o outro lado, dos motoristas e cobradores, mas do outro lado fica a gente aqui. Temos duas lojas aqui, em uma perdemos em média R$ 1500 e, com a outra, R$ 800 só hoje”.
Sem ônibus, passageira vai ao médico a pé
Outra passageira prejudicada é Natália Cristina de Souza, que mora em Rio Branco, Cariacica, e precisava levar sua filha ao hospital São João Batista, em Campo Grande. Ela, porém, não conseguiu pegar nenhum ônibus e decidiu fazer o trajeto a pé, com a filha de 2 anos no colo. “Fiquei 40 minutos no ponto de ônibus lá perto de casa, em Rio Branco. Um moço me avisou que os ônibus estavam em greve e eu resolvi vir andando. Pra voltar, vou andando também”.
Rodoviários param ônibus no meio do caminho em Vila Velha
Poucos ônibus saíram das garagens. Alguns coletivos que conseguiram circular foram parados por rodoviários no meio do caminho em alguns pontos, como na avenida Carlos Lindenberg, em Vila Velha. Rodoviários autorizam a passagem apenas dos ônibus com ar-condicionado e dos micro-ônibus, que são aqueles coletivos que já andavam sem cobradores antes do início da pandemia.
Capixabas se atrasam para o trabalho
Um dos passageiros afetados é o Valdecir José Massanti. Ele chegou ao Terminal de Vila Velha por volta das 8h30 para pegar a linha 500 até o Centro de Vitória, onde trabalha como guardador de carros em uma loja. Ele deveria chegar ao trabalho as 9h, mas ainda não tem previsão de saída dos ônibus e, por isso, está esperando na porta do terminal, para não correr o risco de perder a passagem. “Pode ser que dê prejuízo pra mim, porque talvez eu vá para Vitória e não consiga voltar. Estou atrasado, mas já falei com meu chefe. Ele disse pra ficar tranquilo que ele vai resolvendo”.
Paralisação pode gerar aumento de casos de Covid, diz desembargador
Para justificar uma das liminares que proíbem o Sindicato dos Rodoviários de impedir a saída dos ônibus das garagens, o desembargador do Trabalho Marcello Maciel Mancilha afirmou que uma paralisação provocaria uma maior aglomeração dos trabalhadores e usuários do sistema de transporte, o que poderia gerar um crescimento do número de casos de coronavírus no Estado. "Ressalte-se que se trata de atividade essencial, havendo grave ameaça ao interesse público, em especial no presente momento de pandemia, com aumento no número de casos e de mortes em nosso estado, bem como a descoberta de novas cepas com maior grau de transmissibilidade. Uma paralisação, que ressalte-se, a meu ver, contraria a lei, traria uma maior aglomeração nos trabalhadores e dos usuários do sistema de transporte, trazendo uma possibilidade enorme de aumento dos casos em nosso estado, causando a lotação de nosso sistema de saúde já abalado", destacou o desembargador.
Empresas de ônibus conseguem liminares
As empresas de ônibus da Grande Vitória conseguiram duas liminares na Justiça do Trabalho que proíbem o Sindicato dos Rodoviários de impedir a saída dos ônibus das garagens. O sindicato dos trabalhadores pode ser punido em até 20 mil reais por dia de descumprimento da liminar. A informação foi divulgada pelo Sindicato das Empresas de Transporte Metropolitano da Grande Vitória
Paralisação começou durante a madrugada
Em protesto pedindo a volta dos cobradores para dentro dos coletivos, rodoviários estão impedindo a saída dos ônibus do Transcol da garagem das empresas na manhã desta segunda-feira (04). Segundo o Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários no Estado do Espírito Santo (Sindirodoviários), apenas conseguem deixar a garagem os coletivos com ar-condicionado, que são aqueles que já não circulavam com cobradores antes mesmo da pandemia.
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