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Crédito: Arte AG

Alexandre Martins: veja os 3 episódios da websérie sobre a morte do juiz

Websérie 'Crimes brutais: caso Alexandre Martins' conta como o magistrado acabou descobrindo esquema criminoso, que o levou a morte

Tempo de leitura: 4min
Publicado em 24/03/2023 às 09h26

Assassinado há 20 anos, o juiz Alexandre Martins de Castro Filho teve uma emblemática história ao descobrir, junto com outros colegas, um esquema criminoso envolvendo bandidos, alguns condenados, com autoridades do Judiciário e das polícias capixabas. A atuação dele contra a organização criminosa acabou levando a uma trama para matá-lo em 24 de março de 2003.

Para contar a jornada do magistrado contra o crime e falar dos fatos que aconteceram no dia e depois da sua morte, A Gazeta fez uma websérie (documentário) em três episódios 'Crimes brutais: caso Alexandre Martins'. Confira:

A websérie começou a ser publicada em A Gazeta na última terça-feira (21), mas foi lançada para um grupo exclusivo de assinantes na noite de segunda (20).

Primeiro episódio

O primeiro episódio “Ascensão do juiz Alexandre Martins incomoda o crime organizado” mostra que a desorganização dos presídios capixabas e o crime organizado infiltrado em todas as áreas do setor público estão entre os pontos que marcaram o início da carreira do juiz, que tomou posse no cargo em 1998.

Alexandre Martins e outros dois colegas passaram a atuar como juízes auxiliares da Vara de Execuções Penais (5ª Vara Criminal de Vitória) em 2001 e logo depois passaram a receber ameaças por tentarem organizar a entrada e saída de presos do sistema prisional do Estado. Eles também fizeram denúncias contra o titular da Vara, o juiz aposentado Antônio Leopoldo Teixeira, por conceder benefícios irregulares a presos.

Lançamento do documentário Crimes Brutais: Caso Alexandre Martins Filho, na Rede Gazeta
Lançamento do documentário na Rede Gazeta, para assinantes. Crédito: Vitor Jubini

Segundo episódio

Os três tiros que tiraram a vida do juiz Alexandre Martins de Castro Filho na manhã daquela segunda-feira, 24 de março de 2003, e e as investigações que levaram aos autores dos disparos e aos demais envolvidos no assassinato do magistrado são os pontos centrais do segundo episódio da websérie.

Com o título "Juiz Alexandre Martins é calado com a morte", o segundo episódio detalha o que aconteceu naquele 24 de março, além de apontar as consequências do assassinato do juiz auxiliar da Vara de Execuções Penais de Vitória e um dos magistrados que atuaram na missão especial de combate ao crime organizado no Espírito Santo.

O documentário traz cenas, depoimentos e relatos desde o momento em que o juiz foi surpreendido por dois homens numa moto, assim que estacionava o seu carro em frente à academia onde malhava, em Itapuã, Vila Velha, por volta das 7h45 daquela manhã. Ele levou três tiros, sendo um deles à queima-roupa, e chegou a ser levado ao hospital, mas não resistiu aos ferimentos.

A busca pelos assassinos, as investigações que levaram à prisão e à condenação dos intermediários e o processo que culminou no apontamento dos acusados de encomendar a morte de Alexandre Martins também estão presentes no episódio.

Ainda são relatadas as ameaças sofridas pelo magistrado assassinado, pelo colega dele na Vara de Execuções Penais, Carlos Eduardo Lemos, e outras autoridades públicas que atuavam naquela época no combate ao crime organizado no Estado.

Terceiro episódio

Com o título “20 anos de busca por justiça para o juiz Alexandre Martins”, o terceiro e último episódio da websérie documental traz depoimento do advogado e professor de direito Alexandre Martins de Castro, pai do juiz morto, e do último dos acusados de envolvimento na morte que ainda não foi a julgamento, o juiz aposentado Antônio Leopoldo Teixeira.

inclusão de uma nova prova ao processo em que Leopoldo é acusado de mandar matar o colega da Vara de Execuções Penais de Vitória, 16 anos depois que o Ministério Público Estadual (MPES) propôs ação penal contra ele, está entre os pontos explorados no episódio final do documentário.

O episódio traz áudios de trechos do depoimento concedido por Leopoldo por mais de 10 horas ao então delegado da Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) Danilo Bahiense, em 2005, logo que foi afastado do cargo pelo Tribunal de Justiça do Espírito Santo (TJES), no gabinete do desembargador Pedro Valls Feu Rosa.

A defesa alega que a prova — o laudo pericial da degravação (transcrição literal) desse depoimento — é ilícita, pois foi colhida por meio de uma gravação ambiental e o documento não está assinado pelo magistrado aposentado. Já o MPES defende que o material é importante e deve ser avaliado pelos jurados.

Por conta do impasse sobre a permanência ou não dessa nova prova no processo, o júri popular de Leopoldo, remarcado algumas vezes em 2021, foi adiado por tempo indeterminado e aguarda a Justiça decidir se o documento deve ou não ser considerado válido. 

Episódio 3 da websérie Crimes Brutais sobre a morte do juiz Alexandre Martins
Crédito: Arte AG

Leopoldo é o único dos dez acusados pelo assassinato de Alexandre Martins que ainda não enfrentou o banco dos réus. Dos demais, oito foram condenados e um foi absolvido. No episódio, ele se defende das acusações, alega que não teve participação no crime e garante que não tem medo de julgamento pelo Tribunal do Júri.

O documentário ainda traz relatos do pai do juiz assassinado sobre o dia em que deu um testemunho numa igreja e abraçou Leopoldo e a sua cobrança para que esse processo tenha um ponto final.

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