Nesta semana, o caso de uma criança de cinco anos que morreu engasgada com uma bola de borracha em Cachoeiro de Itapemirim, no Sul do Espírito Santo, chocou a população e deixou muitos pais preocupados. O fato aconteceu nesta terça-feira (6). Para explicar como proceder em casos como esse, de obstrução das vias respiratórias, a reportagem foi atrás de orientações do Corpo de Bombeiros.
Segundo a tenente Andresa, a principal orientação é que os pais ou responsáveis aprendam a fazer a manobra de Heimlich – método de desobstrução de vias aéreas que consiste em induzir a tosse, levando à desobstrução da via aérea – para que já façam os primeiros socorros de imediato, logo após o engasgo.
A tenente do Corpo de Bombeiros explica como a pessoa pode proceder ao notar que a criança está engasgada, além de acionar o socorro. “Uma criança totalmente engasgada não vai conseguir falar ou emitir som. Neste momento, com as mãos fechadas, o adulto vai abraçar e colocar as mãos um pouco acima do umbigo da criança. fazendo o movimento para dentro e para cima, ao mesmo tempo e bem forte para permitir a saída do ar e expulsar o objeto”.
A tenente Andresa ressalta que os movimentos podem ser repetidos até que a criança desengasgue. Caso ela fique inconsciente, deve ser levada o mais rápido possível para atendimento médico. No caso de bebês, o sargento Lessa afirma que a manobra deve ser feita com a criança no colo – o adulto pode estar em pé ou sentado.
“A pessoa vai pegar a criança em posição de 45 graus e segurar a mandíbula dela. A cabeça tem que estar na posição neutra e é preciso ter cuidado para não hiperestender ou flexionar o pescoço da criança e atrapalhar a respiração. Nesta posição, o adulto vai colocar as mãos entre as escápulas – na parte superior das costas – com a região hipotenar das mãos e vai fazer cinco golpes rigorosos, virando a criança em seguida, observar a cavidade oral e, entre os mamilos, vai fazer cinco compreensões. Depois repetir todo o processo até desengasgar, que é quando a criança vai chorar”, explica Lessa. Veja a seguir uma imagem da demonstração.
O sargento destaca que não se deve sacudir a criança e nem colocar o dedo na boca dela sem observar o que está obstruindo, porque uma obstrução parcial pode se tornar total e piorar o caso.
O coronel Herbert de Carvalho, comandante dos Bombeiros de Cachoeiro, reforça o alerta para que os pais monitorem as crianças para evitar ocorrências deste tipo. “O mais importante é prevenir. Criança exige cuidado redobrado porque a imaginação dela é bem maior que a do adulto. Por isso, é preciso cuidar do ambiente e vigiar o tempo todo.”
Mesmo após o sucesso da manobra, os profissionais orientam que a criança deve ser levada para um atendimento médico para avaliação.
Uma menina de cinco anos, identificada como Vitória Francisca, morreu após engasgar com uma bola de borracha na manhã desta terça-feira, em Cachoeiro de Itapemirim. Ela chegou a ser socorrida para um quartel do Corpo de Bombeiros e, após os primeiros socorros, foi encaminhada a um hospital do município.
Os Bombeiros realizaram a manobra para desobstrução das vias aéreas, depois a menina foi colocada em uma viatura e levada pela corporação para o hospital. Ela teria chegado à unidade sem pulso. A criança faleceu mesmo após receber atendimento.
Em nota, o Hospital Materno Infantil Francisco de Assis (Hifa) esclareceu que a menina deu entrada no Pronto-Socorro do Hifa Aquidaban com relato de objeto impactado na glote e sem batimentos cardíacos. A unidade contou que a equipe realizou procedimento para retirada do objeto e tentou por 40 minutos reanimá-la, mas não obteve sucesso.
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