Após 50 anos do assassinato de Araceli Cabrera Crespo, em 18 de maio de 1973, as circunstâncias em que o crime foi praticado permanecem um mistério. Mas, entre relatos de familiares e investigações, a indicação de alguns locais por onde a menina de apenas 8 anos teria passado ajudam a contar um pouco dessa história que marcou o Espírito Santo e a tornou um símbolo no combate à violência sexual contra crianças e adolescentes.
Quando desapareceu, Araceli morava em uma casa recém comprada no Bairro de Fátima, na Serra. A família havia se mudado para o local em dezembro de 1972, apenas seis meses antes do crime. O quarto que a menina usava era o dos fundos do imóvel, que fica numa rua sem saída, hoje chamada Araceli Cabrera Crespo, em sua homenagem.
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> 4º EPISÓDIO: 18 de maio de 1973 ainda não acabou
A casa permanece com a família, mas é ocupada atualmente por um inquilino, que transformou o antigo quarto da menina em um escritório. O irmão de Araceli, Luiz Carlos Cabrera Crespo, reside no Canadá há 21 anos e, desde que se mudou, não retornou ao Espírito Santo. A estrutura do imóvel ainda guarda muito do que era na década de 1970.
A menina deixou sua casa naquele 18 de maio e foi para a Escola São Pedro, na Praia do Suá, em Vitória. Ela estudava na unidade de ensino havia pouco mais de três meses quando foi raptada e morta. Atualmente, no local, há uma clínica médica.
Após sair da escola mais cedo para não perder o horário do ônibus que a levaria para casa, Araceli seguiu até o ponto, no cruzamento da Avenida Cezar Hilal com a Rua Ferreira Coelho, onde também havia um bar. Depoimento dado por um jovem do Bairro de Fátima, durante as investigações, afirmava que a menina foi vista por ele no local, antes de desaparecer.
Atualmente, já não existe ponto de ônibus nesse cruzamento, e os estabelecimentos comerciais mudaram inúmeras vezes. Hoje, funciona uma loja de cosméticos.
Na denúncia que o Ministério Público fez contra os acusados Paulo Constanteen Helal, Dante de Barros Michelini e seu filho, Dante Brito Michelini, o promotor Wolmar Bermudes sustentava que, após ser sequestrada, Araceli havia sido levada para o bar Franciscano, localizado na praia de Camburi e de propriedade da família Michelini.
No local, a menina teria sido mantida em cárcere privado, induzida a usar drogas e violentada. O bar continuou funcionando, mesmo após a denúncia, e depois recebeu outros empreendimentos, mas hoje em dia existe apenas o terreno.
Ainda segundo o que foi apresentado pelo Ministério Público à Justiça, Paulinho e Dantinho teriam tentado socorrer Araceli, depois de ela passar mal por excesso de drogas. Mas a menina morreu antes de receber assistência. O corpo da criança, então, teria sido levado para o Edifício Apolo, em Santa Lúcia, até que moradores começaram a reclamar de mau cheiro.
O prédio ainda existe e mudou apenas a fachada daquela registrada na década de 1970. O imóvel fica próximo do local em que o corpo de Araceli foi jogado, numa área de matagal no morro atrás do Hospital Infantil de Vitória.
O acesso, atualmente, é mais fácil a partir da Cezar Hilal, mas é necessário passar por um terreno particular. Do alto do morro, é possível avistar os fundos do edifício.
O corpo de Araceli foi encontrado em 24 de maio, seis dias após seu desaparecimento. Ele estava desfigurado e a identificação foi marcada por uma série de divergências do período de investigações. Os restos mortais foram enterrados apenas em março de 1976, quase três anos após o crime, no cemitério municipal de Serra Sede.
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