Se você é motorista ou passageiro do transporte público e passa com frequência por Vitória já deve ter encontrado uma placa informando que há obras em andamento ou até mesmo alguma parte de rua ou avenida interditada, com a presença de máquinas e trabalhadores. É que desde o fim do ano passado, a prefeitura tem realizado obras de recapeamento – que é a restauração de um asfalto que já existe. Atualmente, há dois trechos importantes do município em obras: Rodovia Serafim Derenzi e Avenida Fernando Ferrari.
Como prometido pela administração municipal, o programa chamado AsfaltoVix deve recuperar até 160 quilômetros de vias. O investimento total é R$ 215 milhões. O programa de recapeamento tem como objetivo substituir trechos asfaltados que apresentam baixa qualidade, com buracos ou até mesmo com problema de impermeabilização. As obras pela cidade começaram ainda em 2023 e devem acabar até o fim do ano de 2025 – completando dois anos de contrato assinado pela prefeitura.
O recapeamento das vias, inclusive, já foi alvo de reclamação de leitores de A Gazeta. Em alguns pontos, sobra apenas uma faixa para o tráfego de veículos, gerando uma longa fila de carros. Para quem está dentro do ônibus não é diferente: mais tempo para fazer o mesmo trajeto. Em algumas ocasiões, leitores já registraram a falta de faixas pintadas no asfalto - o que deixa de indicar o espaço destinado a cada veículo.
Em conversa com a reportagem de A Gazeta, o secretário de Obras de Vitória, Gustavo Perin, explicou que as chamadas vias arteriais, aquelas que ligam duas regiões importantes da cidade ou até mesmo dois municípios e são trechos de fluxo intenso de ônibus, são prioridades no programa de recapeamento. Na prática, as máquinas são responsáveis por tirar a camada do asfalto e colocar uma nova.
Gustavo Perin
Secretário de Obras de Vitória
"As vias que chamamos de arteriais têm uma característica de ligação entre municípios. E é sempre demandado o reparo das vias. Quando é preciso fazer uma operação tapa-buracos é porque alguma coisa não está indo bem. O último programa de recapeamento em Vitória foi em 2012, há mais de dez anos. A equipe tira o asfalto velho e coloca um novo"
O secretário utilizou como exemplo a Avenida Fernando Ferrari, que passa por bairros como Goiabeiras, Bairro República e Jardim da Penha, além de estar próxima à Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), onde há a passagem de várias linhas de ônibus. "A avenida passou por vários remendos, a vida útil dela acabou", comentou.
Quais locais ainda devem passar por obras?
A Gazeta conversou com o secretário de Obras de Vitória para saber quais trechos da cidade ainda devem passar por recapeamento. Estabelecemos cinco classificações e selecionamos as principais ruas e avenidas do município. Abaixo, você confere se a avenida mais próxima da sua residência ou do trabalho já foi recapeada, está em obras, se tem obra programada, se ainda passará por avaliação ou até mesmo já foi avaliada e teve a possibilidade de obras descartada.
Como mostra o levantamento, as vias asfaltadas passam por bairros como Itararé, Maruípe, São Cristóvão, Jardim da Penha e Jardim Camburi. O secretário Gustavo Perin adiantou à reportagem de A Gazeta que a prefeitura pretende fazer o recapeamento em duas outras vias assim que o reparo terminar na Rodovia Serafim Derenzi e na Avenida Fernando Ferrari. A promessa é que o recapeamento seja feito na Avenida Reta da Penha e na Avenida Marechal Campos. Não há, porém, uma data para começo das obras.
Outros trechos foram descartados pelo secretário de Obras. Gustavo Perin explicou que pontos como as avenidas Vitória e Cezar Hilal oferecem qualidade suficiente e não há necessidade de reparo. A Avenida Leitão da Silva, por exemplo, é de responsabilidade do governo do Estado, por isso foi descartada pelo secretário.
Avenidas no Centro de Vitória: incerteza sobre recapeamento
A reportagem também perguntou sobre o asfalto no Centro de Vitória. Em alguns locais, o asfalto apresenta desnível e buracos. Segundo o secretário Gustavo Perin, as avenidas da região ainda passarão por um processo de avaliação. Não está garantida ou descartada a intervenção no Centro de Vitória.
Camada de asfalto é trocada; entenda como é feito o recapeamento
A parte retirada e renovada é a última camada superior, chamada de revestimento. Segundo Gustavo Perin, o asfalto é composto por até quatro camadas, de baixo para cima: subleito, sub-base, base e, por último, o revestimento, que pode ser o asfalto ou blocos de concreto. A presença dos trabalhadores em ruas e avenidas da capital serve para a troca exclusivamente do revestimento: sai um asfalto antigo e entra um novo.
Passo a passo da decisão e das obras:
- É realizado um estudo da via, que define os trechos;
- Painéis são instalados nos postes indicando que no dia seguinte será necessária a liberação total daquele trecho da via para recapeamento;
- As duas faixas de estacionamento da via são interditadas com barreiras;
- É usada a fresadora, que faz a raspagem do asfalto desgastado;
- Depois é usada a vibroacabadora, que aplica a massa asfáltica para que os rasteleiros espalhem, garantindo um bom acabamento;
- Na sequência, os rolos compressores compactam o asfalto e garantem o acabamento da superfície do novo pavimento.
- Grelhas e tampões são nivelados com a nova camada de asfalto;
- Concluindo, é feita a nova sinalização horizontal da via (pintura de faixas no chão).
A troca de asfalto em Vitória só acontece, segundo o secretário, quando uma via apresenta condições ruins e não oferece qualidade suficiente. A Prefeitura de Vitória segue uma normativa padrão do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte (Dnit).
"Temos normativos e estudos que indicam a necessidade ou não de realizar o recapeamento. São classificações objetivas do Dnit, são normas de procedimentos. Só fazemos a intervenção após uma análise técnica", afirmou o secretário.
O secretário lembrou ainda que o recapeamento tem sido feito, preferencialmente, durante a madrugada. Inicialmente, a prefeitura divulgou que as obras aconteceriam das 22h às 5h da manhã. A ideia era trabalhar fora do horário em que há fluxo intenso de veículos.
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