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Câncer de cólon: entenda a doença que matou astro de “Pantera Negra”

Câncer de cólon: entenda a doença que matou astro de “Pantera Negra”

Segundo o INCA, 40.990 novos casos devem ser diagnosticados no país até o final de 2020. No Espírito Santo, 520 pessoas vão ser atingidas pela doença no mesmo período

Publicado em 3 de setembro de 2020 às 09:26

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O ator Chadwick Boseman no filme
O ator Chadwick Boseman no filme "Pantera Negra". (Marvel Studios/Divulgação)

A morte do ator Chadwick Boseman, estrela do filme "Pantera Negra" e um dos Vingadores do universo Marvel,  deixou o mundo estarrecido com a notícia. Aos  43 anos, Boseman  foi vítima de câncer no cólon, mais conhecido como câncer no intestino grosso. Esta este é o segundo câncer com maior ocorrência no Brasil. 

 Segundo dados do Instituto Nacional de Câncer (INCA), 40.990 novos casos devem ser diagnosticados no país até o final de 2020.  No Espírito Santo, cerca de 520 pessoas vão ser atingidas pela doença no mesmo período. 

O câncer colorretal tem origem multifatorial e é um tipo de tumor maligno que afeta o intestino grosso, o cólon ou o reto.  De acordo com o coordenador de Oncologia Clínica da Rede Meridional, Fernando Zamprogno, esta doença não apresenta sintomas  e pode ser prevenida. A maioria dos casos tem origem em pólipos, que crescem lentamente na parede interna do órgão.

"O câncer surge de lesões chamadas pólipos que, se descobertos, podem ser retirados antes que se tornem um tumor.  Cada pólipo possui uma graduação de perigo em se tornar câncer e pode ser detectado durante um exame de colonoscopia, podendo assim intervir antes do surgindo do câncer", destacou o médico. 

Detectar  o que pode ser o futuro câncer de intestino é o que os médicos chamam de 'busca ativa", podendo evitar que o câncer surja se retirados os pólipos durante o exame chamado colonoscopia. "É um exame chatinho de ser feito, exige preparo, mas o paciente vai pra casa no mesmo dia. É um dos poucos cânceres que pode ser evitado", pontuou Zamprogno. 

A faixa etária mais atingida pela doença é entre os 55 a 70 anos, tendo incidência semelhante entre homens e mulheres. Entretanto, pessoas mais jovens, como Boseman, também podem adoecer. Ele lutava contra esse tumor há quatro anos e o tumo já estava no estágio 3 da doença, quando as chances de recuperação são menores. "O caso dele é um ponto fora da curva", observou o oncologista da Rede Meridional. 

FATORES

Entre os fatores que colaboram para o aparecimento do câncer de cólon, estão a obesidade e a constipação intestinal. Mas não param por ai, como explica o radio-oncologista Guilherme Rebello, do Instituto de Radioterapia Vitória (IRV).  "Há síndromes genéticas, história de parente com câncer colorretal, inclusive alimentação rica em gorduras, produtos processados, industrializados (como presunto, salame, embutidos e enlatados) e pobre em fibras podem colaborar com o surgimento", pontua. 

SETEMBRO VERDE

O mês de setembro é considerado como tempo de conscientização sobre o câncer colorretal, o chamado Setembro Verde. De acordo com o médico Fernando Zamprogno, quando aparecem os principais sintomas como fezes no sangue, anemia, diarreias ou prisão de ventre e dor abdominal, significa que a doença já existe. Por isso, a necessidade de fazer um acompanhamento. preventivo. 

"O ideal é fazer colonoscopia a partir dos 45 anos e, quando já se tiver parentes com histórico de câncer, a partir dos 40 anos. Depois, a cada cinco anos repetir os exames para garantir que está tudo bem, evitando que qualquer pólipo possa se transformar em um tumor. Não há nada que substitui o exame", observou. 

Para prevenir a doença, o o radio-oncologista Guilherme Rebello recomenda manter uma alimentação rica em grãos, vegetais e frutas, reduzir o consumo de carne vermelha e alimentos embutidos, fazer atividade física com regularidade, não fumar e não beber.

O tratamento do câncer colorretal pode ser realizado com cirurgia, quimioterapia e radioterapia. "O tratamento se baseia na multimodalidade, com cirurgia, quimioterapia e radioterapia. Neste grupo de tumores, a radioterapia é mais presente naqueles de localização retal, com principal intuito de diminuir ao máximo o volume tumoral, propiciando uma melhor cirurgia", destaca Rebello.

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