Em tempos de Copa do Mundo, tem capixaba representando o Brasil – e não é do Richarlison que estamos falando. Juntos desde a adolescência, Bruno dos Santos Pereira e Milla Roas Rodrigues foram "convocados" para a seleção verde e amarela na World Photographic Cup – a "Copa do Mundo de Fotografia". A lista com os 24 finalistas saiu no final de novembro.
Aos 39 anos, ela entrou no time com um retrato do marido. "Essa foto foi feita na sala da nossa casa. Tiramos os objetos do espaço, posicionamos luzes coloridas e fizemos uma série para mostrar que é possível fazer fotos artísticas em qualquer lugar. Os bastidores foram até para o Instagram", lembra.
Já o companheiro ingressou com a foto de um casal, em Fernando de Noronha (PE). "Nós fizemos o casamento deles em Vila Velha, mas esse foi um ensaio pré-wedding na Praia do Sancho, feito em 2019", conta. Retratados na imagem – que brinca com a sombra dos pombinhos – estão Carol e Vinícius.
Matrimônios, aliás, são frequentes no trabalho do casal Roas. "Nosso primeiro foi em 2010 ou 2011. A demanda foi crescendo sozinha e nos direcionando para esse foco. Hoje, este é nosso grande público", explica Milla. Os dois já eternizaram o tema até no exterior, em países como Itália e Grécia.
Moradores de Vila Velha, eles se conheceram, coincidentemente, em uma igreja no bairro Alto Boa Vista, em Cariacica. "Ele me viu por uma janela e ficou me olhando tanto que falei com ele e começamos a conversar, até virar amigos e namorados. Isso aconteceu durante um culto, em 1997", conta Milla.
Cerca de uma década depois, a fotografia entrou na vida do casal. "Sou ex-atleta de futebol e quando parei de jogar na Ferroviária comprei uma câmera. A Milla era concursada pública e começou a trabalhar comigo. Nos encantamos com esse mundo e, desde então, vivemos de fotografia", diz Bruno.
Casal Roas: casamento é especialidade
Apesar de já premiado internacionalmente, o capixaba busca a primeira medalha na World Photographic Cup – que pode vir com a da parceira de trabalho e de vida. Na primeira participação, em 2019, ele integrou a Seleção Brasileira, mas não ficou entre os três melhores da categoria.
"A sensação é maravilhosa. Vamos representar o nosso país. Estou muito feliz, mas é difícil dizer se temos chance, porque são muitos jurados e cada um tem suas preferências, mas expectativa é que dê certo", comenta Bruno, que aparece como o melhor fotógrafo do ano no ranking da Bride Association.
Já a esposa, que enviou o retrato dele despretensiosamente, brinca que pode realizar um sonho. "Sempre quis ganhar uma medalha pelo Brasil, mas sou muito ruim nos esportes, seria impossível nas Olimpíadas ou na Copa. Nunca achei que teria chances como fotógrafa", completa Milla.
O prêmio
Os finalistas do Brasil Photo Awards (BPA) equivalem à "seleção brasileira". São 24 imagens (fotos e artes digitais), divididas em oito categorias: casamento, comercial, ilustração/arte digital, natureza (paisagem), natureza (vida selvagem), reportagem, retrato criativo/ilustrativo e retrato clássico/natural.
Juntas, elas representarão o país na World Photographic Cup – a "Copa do Mundo de Fotografia", na tradução livre em português – que conta com mais de 40 nações participantes. Os critérios de avaliação são os mesmos em ambas as competições: impacto e linguagem (I) e excelência e composição (II).
Para se chegar ao campeão, cada jurado dá uma nota para cada imagem. Depois, é feita a média de todas elas para chegar à nota final. Na "Copa do Mundo", são premiadas as três melhores de cada categoria. Já o país vencedor é definido pelas notas somadas das respectivas dez melhores fotos.
Vice-campeão no ano passado e campeão em 2020, o Brasil busca o bicampeonato nesta edição da World Photographic Cup. O anúncio dos finalistas acontecerá no próximo dia 23 de janeiro, nos Estados Unidos. Já os vencedores serão conhecidos em 17 de março, na Singapura.
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