Em uma nova edição da websérie documental "Crimes Brutais", A Gazeta conta a história de Araceli Cabrera Crespo que, no dia 18 de maio de 1973, desapareceu nas ruas de Vitória, logo após deixar a escola em que estudava, na Praia do Suá. O primeiro episódio traz detalhes sobre o sumiço da menina de apenas 8 anos que virou símbolo da luta contra o abuso sexual infantil, dadas as circunstâncias de seu desaparecimento e morte, há 50 anos.
Araceli era a caçula do espanhol Gabriel Crespo Sanchez e da boliviana Lola Cabrera Sanchez, que já estavam radicados no Brasil desde a década de 1950, quando se casaram no interior paulista. A menina nasceu em São Paulo, bem como seu irmão, Luiz Carlos Cabrera Crespo, mas a família se mudou para o Espírito Santo quando ela completou um ano, em meados de 1965, porque tinha problemas respiratórios e o médico recomendou que os pais buscassem uma cidade com melhor qualidade de vida.
Eles escolheram Jaburuna, em Vila Velha, onde permaneceram por sete anos. No final de 1972, mudaram-se para o Bairro de Fátima, na Serra, que acabou se tornando o lugar para onde Araceli não voltou quando saiu da escola mais cedo, a pedido da mãe para não perder o ônibus, na tarde daquele 18 de maio. A casa ainda está lá, mantendo características da época, em uma rua que agora tem o nome da menina.
Araceli teria sido vista no ponto de ônibus, no cruzamento das avenidas César Hilal e Ferreira Coelho, mas não embarcou. Quando o irmão mais velho chegou em casa desacompanhado, vindo de outra escola, os pais acreditaram, em um primeiro momento, que ela tivesse perdido o transporte e foram atrás da menina de carro, fazendo o trajeto da residência até a Praia do Suá. Mas Araceli nunca mais foi vista com vida. Seis dias depois, um corpo de criança foi localizado em um matagal atrás do Hospital Infantil Nossa Senhora da Glória, na Praia do Canto, na Capital.
Para lembrar dessa história, o documentário traz depoimentos de pessoas ligadas a Araceli e reportagens da época e de investigações que sucederam o desaparecimento. Em março, A Gazeta publicou a primeira websérie "Crimes Brutais" sobre os 20 anos da morte do juiz Alexandre Martins de Castro Filho.
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