Quando o corpo de uma criança foi encontrado nos fundos do Hospital Infantil Nossa Senhora da Glória, na Praia do Canto, em Vitória, no dia 24 de maio de 1973, acreditava-se que a solução para o desaparecimento da menina Araceli Cabrera Crespo, de 8 anos, estava próxima do fim. Mas a apuração do caso foi cercada de controvérsias. No segundo episódio da websérie documental "Crimes Brutais", A Gazeta apresenta depoimentos indicando que boatos e mortes suspeitas marcaram a investigação.
Uma das teses que circulou por um período foi de que a mãe de Araceli, a boliviana Lola Cabrera Sanchez, seria responsável pela morte da própria filha, porque teria envolvido a menina em tráfico de drogas. Na época, as alegações chegaram a ser divulgadas pela imprensa, mas nunca houve, no processo, qualquer menção a uma suposta participação de Lola.
Na ocasião, a mãe era dona de casa e apenas o pai, o espanhol Gabriel Crespo Sanchez, trabalhava. As acusações acabaram se tornando mais um peso para a família, segundo relato do filho Luiz Carlos Cabrera Crespo. Atualmente, o que se supõe é que, por sua origem, ela foi vítima de preconceito.
Havia tanta pressão para descobrir os autores ou, ao menos, acusar alguém pelo crime, que até a professora de Araceli, Marlene Ceolin Stefanon, foi coagida a apontar os supostos assassinos em um livro de identificação de suspeitos da Polícia Civil. Foram horas de depoimento e ameaças de prisão para que ela confessasse algo sobre o que não tinha informações.
Mas, em um dado momento, a investigação parecia avançar. Ela era conduzida pelo sargento José Homero Dias, do serviço secreto da Polícia Militar. Entretanto, ele foi retirado do caso e, pouco tempo depois, assassinado. O Ministério Público considerou a morte suspeita, porque o policial estaria chegando perto da autoria do crime.
Neste segundo episódio de "Crimes Brutais" do caso Araceli são revelados detalhes desse cenário e até aonde foram levadas as investigações.
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