O apresentador Fausto Silva passou por uma cirurgia de transplante de coração neste domingo (27), após receber um órgão compatível. Ele ocupava o 2º lugar numa lista de espera, segundo a Central de Transplantes do Estado de São Paulo. A equipe transplantadora do paciente que ocupava a 1ª posição decidiu pela recusa do órgão. As razões não foram divulgadas, mas podem estar relacionadas, por exemplo, a incompatibilidades entre receptor e doador. Com isso, a oferta seguiu para o segundo paciente da seleção.
O caso de Faustão é um exemplo de que, para ser selecionado para um transplante, no Brasil, o paciente precisa atender a critérios do Sistema Nacional de Transplantes (SNT), do Ministério da Saúde. O SNT atende em âmbito nacional e supervisiona todas as listas — inclusive as estaduais — em parceria com outros órgãos de controle federal. Isso evita o surgimento de listas diferentes e o posicionamento incorreto de pacientes.
É bom ressaltar que especialistas tratam o cadastro de receptores de órgãos como lista, e não como fila, que sugere uma ordem cronológica de atendimento. Embora o tempo em que o paciente ingressou na lista seja considerado, não é o fator determinante para o transplante. Antes, é preciso avaliar critérios como gravidade e também compatibilidade entre doador e receptor.
No Espírito Santo, a Central de Notificação, Captação e Doação de Órgãos (CNCDO) é responsável por toda a comunicação e gerenciamento junto ao sistema nacional. Com isso, conforme explica a Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), todos os 2.038 pacientes capixabas que aguardam, atualmente, para receberem um órgão que acabou de ficar disponível precisam estar aptos a passar pela cirurgia.
Além da aptidão, conforme critérios técnicos, o SNT e os sistemas de controles federais avaliam também a gravidade da situação de alguns pacientes, o que torna o caso prioritário, fazendo com que o indivíduo vá para o início da lista. A análise é feita a partir dos critérios pré-determinados e estabelecidos pelo Ministério da Saúde.
Entre os exemplos de gravidade, estão aquelas pessoas que precisam receber assistência circulatória, ou seja, de suporte para que o coração continue bombeando sangue para os órgãos. Também se enquandram nessa condição pacientes com falência renal (que já não apresentam condições de passar por diálise), com insuficiência hepática aguda grave, com doenças do fígado e que tiveram rejeição de órgãos recentes transplantados.
No Espírito Santo, conforme explica a Sesa, para identificar quem será o receptor também é avaliada a compatibilidade com o tipo sanguíneo, altura e peso, outra regra do Ministério da Saúde.
Caso não seja compatível, mesmo que esteja na primeira posição, a pessoa não recebe o órgão. É necessário ainda estar em boas condições de saúde para passar pela cirurgia.
Somente após o médico da pessoa que está na lista informar que a pessoa está realmente apta a receber o órgão é que ela é também comunicada.
No Brasil, há doação em vida e após a morte. Quando é por falecimento, a doação só acontece se a pessoa falecer por morte encefálica ou por parada cardiorrespiratória e sempre com a autorização de um familiar do doador. Por isso, é fundamental falar com a família sobre o desejo da doação. A doação de órgãos só acontece após autorização por escrito do familiar.
Há casos em que a doação pode ser feita em vida, como nos casos de rim, parte do fígado, parte do pulmão ou parte da medula óssea. Nessas situações, pela lei, parentes até o quarto grau e cônjuges podem ser doadores em vida. Não parentes, somente com autorização judicial.
Na versão anterior, havia a informação de que 1.976 pessoas à espera de um órgão no Espírito Santo, com base em dados do dia 21 de agosto. Mas a Secretaria de Estado da Saúde enviou dados mais recentes, do último dia 28, com 2.038 pessoas.
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