O Espírito Santo conquistou as primeiras colocações do país no Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica) 2023. No geral, ficou na segunda colocação e, ao considerar o ensino médio que funciona com o ensino profissionalizante, alcançou o primeiro lugar do país, empatado com Goiás.
Esse avanço é reflexo, entre outros fatores, do aumento do número de escolas em tempo integral nos últimos anos no Estado. Atualmente, são 184 escolas desse modelo — com carga horária de 7 horas ou de 9 horas e meia —, tendo ao menos uma em cada município capixaba. Só em 2024, foram mais 28 novas escolas desse modelo na rede.
Com mais tempo de aprendizagem, o resultado dos alunos do ensino médio no Ideb é superior aos de estudantes da escola regular. Foi o que apontou um levantamento feito pelo Instituto Sonho Grande em parceria com o Instituto Natura, com base nas notas do Ideb.
Os dados apurados pela entidade mostram que as escolas integrais apresentam taxas de abandono e reprovação até duas vezes menores em comparação com escolas regulares.
O instituto aponta que, enquanto a média das escolas regulares do Estado ficou em 4,6, as escolas de tempo integral alcançaram uma média de 5,0 no Ideb, mesmo resultado de Goiás, destacando-se como uma das redes estaduais mais bem-sucedidas do país.
O estudo apontou também os melhores resultados das escolas de tempo integral. Nas três melhores posições estão sete escolas, com três empates. No topo do ranking está a CEEMTI Monsenhor Guilherme Schmitz, de Aracruz, e EEEFM Zuleima Fortes Faria, de Guarapari, ambas com 5,7 (Confira lista abaixo).
Além disso, a apuração realizada pelo Instituto Sonho Grande em parceria com o Instituto Natura revela que os estudantes das escolas integrais no Espírito Santo não apenas aprenderam o equivalente a 1,5 ano letivo a mais do que os de escolas regulares, mas também registraram taxas de abandono e reprovação até 2 vezes menores.
Os dados exclusivos, calculados pelo Instituto Sonho Grande (ISG) em parceria com o Instituto Natura, foram levantados com base no Ideb 2023, divulgado pelo Ministério da Educação (MEC).
"Ampliar o tempo não basta para garantir a qualidade da oferta e para o atingimento dos objetivos educacionais. O diferencial da escola de tempo integral, a exemplo do modelo que temos no Espírito Santo, é a intencionalidade pedagógica da proposta que coloca o jovem e o seu projeto de vida no centro das práticas educativas. Tornar a escola atrativa, aderente às demandas das juventudes é garantir que os jovens vejam sentido nos conteúdos que estão sendo trabalhados na sala de aula e que, desse modo, a aprendizagem seja significativa", Maria Medeiros, consultora pedagógica da Integrar Educação & Gestão.
No Espírito Santo, 5 em cada 10 escolas de ensino médio são integrais. No total, foram avaliadas 63 escolas integrais e 177 escolas regulares.
Para o secretário de Estado da Educação, Vitor de Angelo, o número de escolas cresceu cinco vezes nos últimos anos no Espírito Santo. E a oferta foi diversificada. Antes, havia um modelo só com 9 horas e meia. A mudança no modelo foi ter escolas tanto de 9 horas e meia como de unidades com turno de 7 horas, também considerado integral.
Atualmente, 78% das escolas de tempo integral são integradas à educação técnica, e é exatamente nessa oferta que o Espírito Santo liderou a nota do Ideb no ensino médio. "Isso mostra o acerto das duas políticas e expansão das matrículas", afirma De Angelo.
Sobre o aprendizado ser mais eficiente nas escolas de tempo integral, ele justifica que isso ocorre pela expansão dos modelos, que faz com que o estudante fique mais tempo na escola. "Dessa forma, o estudante fica mais tempo exposto a situações de aprendizagem, o que ajuda a explicar o resultado", destaca o secretário.
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