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Como proteger seu filho para não ser alvo de pornografia infantil

Como proteger seu filho para não ser alvo de pornografia infantil

Na última semana, polícia prendeu  homem suspeito de armazenar milhares de imagens e vídeos íntimos de crianças e adolescentes; especialistas dão dicas para proteger os filhos contra pedófilos na internet

Publicado em 2 de fevereiro de 2021 às 20:40- Atualizado há 3 anos

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Polícias integradas realizam prisão de suspeito de distribuir pornografia infantil no ES
Especialistas dão dicas para proteger crianças e adolescentes contra pedófilos na internet. (Pexels)

A internet, hoje, faz parte do cotidiano de praticamente todas as pessoas, sendo um facilitador e tanto das atividades rotineiras e muito usada para entreter crianças e adolescentes. E é justamente essa praticidade que a torna um dos meios mais utilizados por criminosos para encontrar suas vítimas.

Na última sexta-feira (29), a polícia prendeu em flagrante, em Vila Velha, um homem de 21 anos suspeito de armazenar milhares de imagens e vídeos íntimos de crianças e adolescentes.

Além do conteúdo pornográfico, o jovem também é investigado por manter um perfil falso em uma rede social, que ele teria usado para fazer ameaças a pelos menos três adolescentes ao pedir fotos e vídeos. Caso as vítimas não enviassem, ele ameaçava divulgar o conteúdo na internet.

Mas, diante desse perigo, o que pode ser feito pelas famílias para evita que crianças e adolescentes se tornem vítimas de pornografia infantil na internet? A Gazeta ouviu especialistas que dão dicas para proteger os menores contra a ação de pedófilos na internet. 

ENSINE SOBRE O CORPO

Um dos pontos de maior atenção, segundo especialistas, é que para coibir ataques de predadores, seja na internet ou no mundo físico, é preciso explicar, desde a infância, o que são as partes íntimas. A linguagem pode até ser lúdica, a depender da idade, mas a informação deve ser clara.

“Fale com o seu filho sobre o corpo, explique para ele que é algo muito valioso e que é preciso cuidar bem dele. Fale que no corpo existem partes que são ‘íntimas’ e que só ele (ou o médico ou você) podem tocar e pedir para ver, e, mesmo assim, somente com a permissão da criança”, orientou a psicóloga Karla Cardozo.

Isso vale para as crianças ficarem atentas sobre possíveis solicitações de fotos e vídeos, por exemplo. A psicóloga também frisa que é preciso alertar sobre outras pessoas exibindo o corpo para crianças e adolescentes, e destacar que a atitude não apenas é errada, como deve ser comunicada aos pais imediatamente.

AMBIENTE SEGURO 

Saber identificar uma situação inadequada é importante, mas conseguir comunicá-la também. E, para tornar a comunicação mais fácil, os pais precisam manter uma relação de confiança com seus filhos, mostrando que podem conversar sobre qualquer coisa, e que não há motivo para vergonha ou medo.

Quando o filho falar, é importante ouvir, dar atenção, mostrar interesse e legitimar o que disse ou sente. Assim, se sentirá mais seguro para falar sobre o que incomoda e buscar ajuda diante de problemas.

“Por mais simples que as dicas possam parecer, são necessárias. Muitas vezes, quando esses casos chegam na delegacia, a gente percebe que não existe diálogo entre pais e filhos. A criança ou adolescente fica com vergonha de conversar e, a situação só vem a tona quando toma uma proporção grande ou os pais desconfiam de alguma coisa”, observou o titular da Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes Cibernéticos (DRCC), delegado Brenno Andrade.

Delegado Brenno Andrade. 06/03/2019
Delegado Brenno Andrade alerta para necessidade de diálogo. (Arquivo/AG)

MONITORE A INTERNET

De acordo com Andrade, para convencer as vítimas, os criminosos utilizam-se das mais variadas artimanhas, inclusive contas falsas no WhatsApp e outras redes sociais. Alguns chegam a se passar até por personangens, atores ou atrizes mirins do momento.

O delegado destaca que, idealmente, crianças e adolescentes, a depender da idade, não deveriam ter acesso às redes sociais. Mas, se utilizam, os pais devem orientar sobre o acesso e monitorar o uso que fazem das ferramentas. Deixar o filho sozinho, num quarto fechado, utilizando o celular e o computador durante o dia inteiro, por exemplo, não é recomendado.

“O indicado é que os pais estejam por perto quando o filho faz uso do celular ou computador. Também é importante verificar o histórico de navegação, e observar que tipo de conteúdo está sendo acessado. Mas, para maior segurança, também é possível instalar programas de controle parental no celular ou computador, e definir o que os filhos podem ou não podem acessar”, explicou o titular da DRCC.

CUIDADO COM AS PUBLICAÇÕES

Da mesma forma que criminosos se passam por outras pessoas para convencer as vítimas a enviarem imagens íntimas espontaneamente pelas redes sociais, as imagens compartilhadas pelos pais também podem ser alvo dos pedófilos.

A orientação é para que a exposição excessiva da criança seja evitada. Até imagens aparentemente inofensivas podem ser compartilhadas em fóruns de pornografia infantil. Imagens em que a criança aparece no banho, ainda que suas partes íntimas não estejam à mostra, ou vestindo roupas de banho, por exemplo, devem ser evitadas. Evite também deixar o conteúdo à mostra para desconhecidos.

DENÚNCIAS

Qualquer tipo de conduta ou conteúdo impróprio, seja compartilhado por terceiros, ou solicitado às crianças ou adolescentes, deve ser denunciado para punir os criminosos e evitar que outras pessoas sejam vítimas. A denúncia pode ser realizada na delegacia, mas também de forma anônima pelo telefone 181.

BUSQUE INFORMAÇÕES CONFIÁVEIS 

O tema também é abordado pela Childhood – instituição internacional de proteção à criança –, que disponibilizou uma cartilha gratuita sobre o acesso de crianças e adolescentes à internet, os cuidados que devem ser tomados com relação ao abuso online e à pornografia infantojuvenil. O material pode ser acessado aqui

A SaferNet – organização que defende e promove os direitos humanos na internet – também disponibiliza uma série de materiais informativos sobre o assunto, e inclusive dá dicas de ferramentas para controle parental que podem ser utilizadas para selecionar o que crianças ou adolescentes podem acessar na internet. 

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