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Coronavírus no mundo: como os países estão retomando as aulas?

Coronavírus no mundo: como os países estão retomando as aulas?

Alguns governos já permitiram a reabertura das escolas, mas todos com protocolos rígidos; nações estão em uma situação mais tranquila que o Brasil

Publicado em 7 de maio de 2020 às 18:41- Atualizado há 5 anos

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Sala de aula
No novo formato adotado pelos países, os alunos ficam a uma distância maior dos colegas, do que era o comum antes da pandemia. (Shutterstock)

Desde o dia 31 de dezembro do ano passado, quando a Organização Mundial da Saúde (OMS) alertou para o surgimento de uma nova doença, que tomaria o mundo e se transformaria em uma pandemia em março, diversos países trabalham para implementar medidas de isolamento social e achatar a curva de transmissão da Covid-19.

Agora, meses depois do registro dos primeiros casos do novo coronavírus, alguns governos federais começaram a flexibilizar as regras da quarentena e a retomar algumas atividades presenciais, como as aulas nas escolas. Este é exatamente o caso da Dinamarca, de Israel e da China – nação onde tudo teve início.

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Vale ressaltar que em todos há protocolos rígidos a serem seguidos, como o maior distanciamento entre as cadeiras e o uso obrigatório de máscaras pelos alunos. Além disso, esses três países se encontram em uma fase mais avançada da pandemia, já tendo passado pelo que seria o momento mais crítico, diferentemente do Brasil.

DINAMARCA

Depois de aproximadamente um mês de portas fechadas, as escolas do ensino fundamental reabriram em 15 de abril. Inicialmente, o retorno contemplou apenas os colégios de metade das cidades dinamarquesas. Depois, gradualmente, ao passar de cinco dias, a medida abrangeu os demais municípios.

Primeiro da Europa a voltar com as aulas, o país exigiu a adoção de diversas medidas, tais como:

Já quem está cursando o ensino médio dinamarquês continua estudando à distância, por meio de aulas on-line. A previsão é que esses colégios permaneçam fechados até a próxima segunda-feira (10), totalizando cerca de dois meses de suspensão das atividades presenciais.

Números da pandemia: Até a tarde desta quinta-feira (7), a Dinamarca tinha 10.281 casos confirmados do novo coronavírus e 506 óbitos. Os dados são da Universidade Johns Hopkins.

Máscaras são utilizadas no combate ao coronavírus na China
Comuns entre os chineses, as máscaras são obrigatórias para os alunos que retornaram às escolas. ( Macau Photo Agency/ Unsplash)

CHINA

Na última semana de abril, foi a vez do país asiático retomar as aulas gradualmente. A reabertura das escolas começou pelas províncias menos povoadas. Já na cidade de Xangai e na capital Pequim, apenas os estudantes do último ano do ensino médio voltaram a estudar presencialmente, por causa do vestibular, que também foi adiado em um mês, para o início de julho.

Devido ao tamanho continental e dos diferentes graus de contaminação ao longo do território chinês, as regras adotadas pelas escolas que já reabriram variam, mas entre as adotadas estão:

Especificamente na cidade de Wuhan, epicentro da Covid-19, as aulas foram retomadas apenas nesta quarta-feira (6), também para os alunos do último ano do ensino médio. Ao todo, as escolas ficaram fechadas cerca de quatro meses; e para serem abertas, não pode haver mais de 20 estudantes por sala e cada um tem uma barreira de acrílico individual para proteção.

Números da pandemia: Até a tarde desta quinta-feira (7), a China tinha 83.974 casos confirmados do novo coronavírus e 4.637 óbitos. Os dados são da Universidade Johns Hopkins.

ISRAEL

Depois de quase dois meses de aulas suspensas, o governo de Israel anunciou a retomada das aulas presenciais nas séries iniciais. Desde o início deste mês, os alunos das creches e do jardim de infância são atendidos três vezes por semana, já que cada turma foi dividida para evitar aglomerações.

Além dessa espécie de rodízio, os estudantes também devem:

 O novo vírus é apontado como uma variação da família coronavírus. Os primeiros foram identificados em meados da década de 1960, de acordo com o Ministério da Saúde.(Tumisu | Pixabay)

Já os alunos da primeira, segunda e terceira série do ensino fundamental têm aulas diárias, em classes com, no máximo, 15 crianças. Todos também devem seguir as medidas de segurança listadas acima. Enquanto isso, os demais estudantes do ensino básico e médio seguem apenas com aulas à distância.

Números da pandemia: Até a tarde desta quinta-feira (7), Israel tinha 16.346 casos confirmados do novo coronavírus e 239 óbitos. Os dados são da Universidade Johns Hopkins.

*Com informações de agência France Presse, Uol, G1, O Globo e Daily Mail.

ENQUANTO ISSO, NO BRASIL...

Sala de aula vazia
Salas de aulas vazias devem ser uma realidade no Brasil pelos próximos meses. (Divulgação)

Em meio ao período que para muitos especialistas seria o mais crítico da pandemia, as escolas devem seguir fechadas no Brasil, de acordo com o ministro da saúde Nelson Teich. “Estamos desenhando um modelo, baseado em critérios; nesse momento, não existe qualquer recomendação de retomada das aulas”, afirmou ele, na semana passada.

Diversas estratégias também estão sendo estudadas pelo Governo de São Paulo, que prevê a volta às aulas em julho. A princípio, o retorno gradual aconteceria primeiro pelas crianças de até cinco anos de idade e por meio de um rodízio. Já nesta quinta-feira (7), uma reportagem da Folha de S.Paulo divulgou que a retomada poderia acontecer com 20% dos alunos de todos os níveis escolares.

… E NO ESPÍRITO SANTO

Com as aulas suspensas desde 17 de março, as escolas do Espírito Santo ainda não têm data para voltarem a funcionar. Secretário Estadual de Saúde, Nésio Fernandes já admitiu a possibilidade delas permanecerem desta forma até setembro, no caso de um cenário mais crítico da Covid-19 no Estado. No mais otimista, elas poderiam reabrir em junho.

Durante esse período, a Secretaria Estadual de Saúde (Sedu) avalia as diversas possibilidades. Entre as apontadas mais recentemente estão a adoção de um sistema de rodízio dos alunos e a junção dos anos letivos de 2020 e 2021. Até a definição, os alunos seguem estudando à distância, por meio de plataformas digitais e do programa EscoLAR.

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