A pandemia persiste, mas o seu comportamento no Espírito Santo já é bem diferente dos momentos mais críticos da doença. Na semana do dia 9 de julho, o Estado alcançou a menor taxa de transmissão desde março de 2020: 0,58. Isso significa que a cada 100 pessoas contaminadas, elas transmitiam para mais 58, desacelerando o contágio pelo novo coronavírus.
Até o momento, a menor taxa de transmissão havia sido registrada no dia 21 agosto de 2020, quando alcançou um patamar de 0,69. Isso significa que cada 100 pessoas contaminadas, elas transmitiam para mais 69.
Pablo Lira, diretor de integração do Instituto Jones dos Santos Neves (IJSN) e membro do Núcleo Interinstitucional de Estudos Epidemiológicos (NIEE), salienta que a queda na taxa de transmissão do Estado é reflexo do comportamento da doença nas microrregiões capixabas. Das 10 existentes, seis estão com a taxa de transmissão abaixo de 1.
“Apenas as microrregiões Nordeste (1,1), Noroeste (1,18), Rio Doce (1,34) e Central Serrana (1,06) registraram taxas acima de 1. Essas oscilações são esperadas na taxa de transmissão. As microrregiões têm dinâmicas próprias e, dentro delas, pode estar ocorrendo fatores que estão colaborando para manter essas taxas acima de 1, como o desuso da máscara e a lentidão da vacinação”, pontua.
Outro dado que confirma o maior controle da pandemia no Espírito Santo é a redução do número de mortes pela doença. De acordo com o Núcleo Interinstitucional de Estudos Epidemiológicos, a média móvel dos óbitos provocados po covid-19 nos últimos 14 dias é de 9,4, a menor desde outubro de 2020.
“Na Grande Vitória a média de mortes é de 3,2 óbitos e o no interior do Estado, onde a doença tem uma dinâmica diferente, a média é de 6,2 nos últimos 14 dias. Quando a vacinação alcançar entre 70 e 75% da população com o esquema vacinal completo, a expectativa é que esses números sejam ainda menores”, explicou.
O diretor de Integração do Instituto Jones Santos Neves, Pablo Lira, salienta que alguns fatores estão contribuindo para a queda acentuada na taxa de transmissão da Covid-19 no Espírito Santo. A vacinação, a redução sustentada do número de casos e de óbitos e a conscientização da população mesmo após ser imunizado são os mais cruciais deles.
“O Espírito Santo se destaca na aplicação da primeira dose da vacina, com cerca de 50% da população imunizada. Já com o esquema vacinal completo, são 20,58% do total geral de capixabas. Isso contribui para uma queda sustentada de novos casos por 18 semanas consecutivas, e também para a redução de óbitos durante 16 semanas seguidas”, explica.
O momento mais crítico da pandemia no Estado foi entre março e abril de 2021, com pico de 75,4 óbitos na média móvel da semana de 19 de abril. Nesse dia exatamente, 89 pessoas morreram em decorrência da infecção causada pelo Sars-Cov-2.
Para reverter essa situação, Lira explica que as ações tomadas naquele momento soram fundamentais. “A Secretariade Saúde fez uma grande expansão de leitos para o tratamento da Covid-19 e o governo decretou uma quarentena preventiva. A conscientização da população foi crucial para consolidar essa tendência de queda no Estado”, pontua.
O diretor salienta que, apesar de ter uma pequena parcela da população que insiste em aglomerar e ter comportamentos inadequados, a maioria continua usando máscara mesmo após completar o esquema vacinal contra a Covid-19.
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