Em mais de um ano de pandemia, a vacinação contra a Covid-19 - mesmo que vagorosa - tem trazido esperança de dias melhores ao redor do mundo. Atualmente, os imunizantes disponíveis contra o a doença só contempam pessoas com mais de 18 anos. Mas a inclusão de adolescentes e crianças já está na meta de laboratórios e cientistas.
Uma das fabricantes de vacina contra a Covid-19, a Pfizer já anunciou que está testando o imunizante em crianças com idade entre 6 meses e 11 anos. A expectativa dos primeiros resultados devem ser publicados até o final do ano
Inicialmente, os testes contam com 144 menores de idade. Nos Estados Unidos, o imunizante tem uso autorizado em pessoas acima dos 16 anos.
Em fevereiro, a Universidade de Oxford anunciou que a vacina produzida em parceria com a farmacêutica Astrazeneca seria testada em crianças e adolescentes com idades entre 6 e 17 anos. O ensaio clínico está na fase 2 e conta com 300 voluntários, sendo que 240 deles receberam o imunizante contra a Covid-19 e os 60 restantes receberam uma outra vacina.
O objetivo é coletar dados sobre a resposta imune em crianças e adolescentes para que eles possam se beneficiar da inclusão em programas de vacinação em um futuro próximo.
Também já estão em etapas de testes o imunizante da americana Moderna e da Jhonson & Johnson, sendo que esta solicitou ao Brasil autorização para realizar a pesquisa no País. Outras três empresas também deram início à fase 1 para imunizantes a serem aplicados em menores de 18 anos: o laboratório da chinesa Sinovac, a Sputnik V, da Rússia, e a indiana Covaxin.
"Os estudos envolvendo crianças são sempre mais complexos, pois são indivíduos mais vulneráveis e, do ponto de vista legal, um responsável precisa assinar por eles. É necessário realizar todo um processo de aprovação de ensaios clínicos em crianças, tanto por precisarem de autorização por não terem ciência do que se trata", explica a epidemiologista Ethel Maciel.
Ainda de acordo com Ethel, teste de vacinas em crianças tem peculiaridades éticas por conta de ser mais difícil identificar eventos adversos. "A eficácia e segurança é testada primeiro em adultos em medicamentos e vacinas, só depois em crianças. Atualmente, sabemos que as vacinas que temos são seguras, mas precisamos responder outras perguntas, como qual dose a ser aplicada em uma criança, por exemplo, e outros ajustes do imunizante" , pontuou.
As crianças têm menores riscos de contrair o coronavírus do que adultos. Porem, quando infectados, transmitem a doença e podem apresentar quadros graves, em especial após a chegada de variantes mais agressivas. No Espírito Santo, cerca de 27,5 mil crianças e adolescentes - com idades entre 0 e 19 anos - já tiveram Covid-19, de acordo com o Painel Covid-19 do governo do Estado. Do total, 31 acabaram indo a óbito.
Autoridades de saúde avaliam que é importante proteger os mais novos também tendo em vista a busca pela imunidade coletiva.
"As crianças agora são muito importante para o controle da pandemia, já que elas correspondem de 20 a 30% da população dos países. Para conseguir imunidade coletiva, vamos precisar vacinar esse público também, além de proporcionar um retorno seguro às aulas", explicou Ethel Maciel.
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