Muitos países estão vendo um aumento drástico no número de casos de Covid-19, impulsionados pela nova variante Ômicron, e no Brasil não é diferente. Desde o anúncio da descoberta desta nova linhagem do coronavírus, o interesse sobre o assunto disparou.
De acordo com a doutora em Epidemiologia e professora da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), Ethel Maciel, embora ainda existam poucos estudos sobre a nova cepa, o que se viu até agora é que ela é mais contagiosa e tem um período de incubação mais curto do que as variantes anteriores. O que fez com que países reduzissem o tempo de isolamento.
A incubação é o tempo que passa desde a exposição ao vírus até o aparecimento dos sintomas. Segundo estudos, com as primeiras variantes do coronavírus, os sintomas geralmente apareciam cinco ou seis dias após a infecção. Com a variante delta, apareciam geralmente em quatro dias. Conforme o que se sabe até agora, com a Ômicron, o período de incubação é de dois a três dias.
No Brasil, o Ministério da Saúde decidiu reduzir de dez para sete dias o período recomendado de isolamento para pacientes com Covid-19. Caso no quinto dia o paciente não tenha mais nenhum sintoma respiratório, não apresente febre e esteja há 24 horas sem usar medicamento antitérmico, ele pode fazer um teste rápido de Covid-19. Se o teste der negativo para o vírus, ele também está liberado.
No entanto, se o teste der positivo, o paciente deve aguardar até o fim dos dez dias de isolamento. Para quem chegou ao sétimo dia e ainda tiver com sintomas do vírus, a recomendação é manter o isolamento, no mínimo, até o décimo dia e sair apenas quando os sintomas acabarem.
Segundo o doutor em Imunologia e professor da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), Daniel Gomes, o período mais infeccioso da pessoa contaminada, época em que ela está mais propensa a transmitir a doença, é no inicio da infecção. "Em média o pico da carga viral é entre 3 e 5 dias. E a partir do quinto dia existe um declínio dessa carga viral."
De acordo com o CDC (Centros de Controle e Prevenção de Doenças) dos EUA, a prática apropriada de isolamento para a redução de riscos considera o dia zero como o dia em que os sintomas aparecem, mesmo se já houver resultado positivo antes do início dos sintomas. O dia um é o primeiro dia completo após o início dos sintomas. Se a pessoa não apresentar sintomas, o dia um passa a ser o primeiro dia completo após o resultado positivo do teste.
O número de reprodução básica do vírus, ou seja, quantas pessoas são infectadas através de um hospedeiro, é de cerca de três. Essa quantidade, porém, varia de pessoa para pessoa. Alguns pacientes podem transmitir o vírus mais facilmente para outros indivíduos.
Com a Ômicron, acredita-se que a infecção assintomática ocorra de forma semelhante à infecção com sintomas, como acontece nos casos de outras variantes. No entanto, ainda não há dados suficientes sobre a Õmicron especificamente.
Especialistas observam que uma pessoa que testou positivo para Covid-19, mas nunca desenvolveu sintomas, provavelmente não será mais contagiosa após 10 dias.
Pesquisa publicada no Journal of the American Medical Association (JAMA Network Open) descobriu que quase uma em cada quatro infecções pode ser transmitida por pessoas com infecções assintomáticas.
Cientistas acreditam que a proporção de transmissão assintomática parece ser ainda maior com a variante Ômicron. É mais provável que a infecção seja transmitida por pessoas sem sintomas, pois elas não se isolaram e não adotaram comportamentos para impedir a propagação do vírus.
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta