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Covid: vacina para crianças de 3 a 5 anos é segura e causa reações leves

Covid: vacina para crianças de 3 a 5 anos é segura e causa reações leves

A imunização da nova faixa etária já começou, e possíveis efeitos adversos geram dúvidas nos pais; especialistas alertam que  risco maior é deixar de imunizar

Publicado em 24 de julho de 2022 às 10:04

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Felipe Sena
Estagiário / [email protected]

Os municípios do Espírito Santo já começaram a vacinar crianças a partir dos 3 anos de idade contra a Covid-19. No dia 13 de julho, a Anvisa liberou o uso da Coronavac para quem tem entre 3 e 5 anos. A imunização acima dessa idade já estava em andamento, sendo feita tanto com a Coronavac, quanto com o imunizante da Pfizer. A inclusão da nova faixa etária traz à tona, mais uma vez, um dos maiores receios dos pais: as reações às vacinas.

Vale destacar que os dois imunizantes usados atualmente na vacinação infantil, Pfizer e Coronavac, têm a segurança e a eficácia aprovadas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Ambos os fabricantes disponibilizam em seus sites as bulas de suas respectivas vacinas. A Gazeta, então, procurou especialistas para comentar possíveis efeitos das doses em crianças menores. 

Campanha de vacinação visa reforçar o atendimento ao público infantil mais vulnerável às complicações da doença
Campanha de vacinação visa reforçar o atendimento ao público infantil mais vulnerável às complicações da doença. (Marcelo Camargo/Agência Brasil)

Juarez Cunha, pediatra e presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), destaca que as possíveis reações à vacina representam um risco muito menor do que a doença em si. “A Covid é muito mais preocupante do que todos os possíveis efeitos adversos listados nas bulas dos remédios. Caso haja uma reação à vacina, ela deve ser observada. Na maioria dos casos, são dores e inchaços locais, que podem ser tratados com medicamentos para dor e febre, como paracetamol”, explicou.

Ele ressalta que o ideal é que as crianças sejam vacinadas assim que tenham doses disponíveis. “Para faixa de 3 a 5 anos, só a Coronavac está disponível. De 5 anos até os 11, estão disponíveis Pfizer e Coronavac. Os dois foram testados e aprovados pela Anvisa, e os pais devem levar os filhos para a vacinação independentemente de qual imunizante estiver disponível”, afirmou.

“As vacinas não impedem a infecção, mas oferecem eficácia na proteção contra os casos mais graves e óbitos”, explicou o médico. “O processo de liberação de uma vacina pode ser demorado. Por isso, mesmo na faixa etária de 3 a 5 anos, onde só a CoronaVac está disponível, não se deve esperar por outras liberações. O imunizante oferece a proteção contra a forma grave da doença e mortes.”

Cunha também refutou o argumento de que as crianças não precisam ser vacinadas por não fazerem parte do grupo de risco para Covid-19. “Só em 2022, no Brasil, tivemos 8 mil internações e 305 óbitos de crianças, do início da pandemia até meados de junho. Existem crianças adoecendo e morrendo e há uma vacina disponível.”

Segundo dados da doutora e pós-doutora em Epidemiologia, Ethel Maciel, publicados em um artigo por A Gazeta, só no Espírito Santo, mais de 24 mil crianças entre 0 e 5 foram infectadas e 31 mortes foram registradas.

VACINAÇÃO INFANTIL É SEGURA

A pediatra Claudia França Cavalcante Valente, membro do Departamento Científico de Imunização da Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (ASBAI), também comentou o início da vacinação a partir dos 3 anos de idade.

“Os pais devem se sentir seguros porque a aprovação para uso das vacinas no Brasil está muito bem embasado. Inclusive, em experiência em outros países como Estados Unidos , Chile e Argentina que já vacinam as crianças, e as vacinas se mostraram seguras no acompanhamento”, frisou Claudia.

Sobre os eventos adversos das vacinas, a médica destaca que os efeitos notados na faixa pediátrica são menos graves do que os notados em adolescentes e em adultos jovens. “São eventos leves, como notados em todas as vacinas, como febre e dor local. O que os pais devem fazer é: levar para vacinar e, se houver febre, pode usar o analgésico que costumam usar rotineiramente.”

IMUNIZAÇÃO DE ROTINA

A pediatra Karoliny Veronese também esclarece que os efeitos adversos são os mesmos notados em qualquer vacina de rotina. “Os efeitos colaterais são os mesmos tanto na Coronavac, quanto na Pfizer: dor, febre e, em alguns casos, indisposição. Esses também são os efeitos notados na vacinação de jovens e adultos e em todas as outras vacinas de rotina das crianças”, disse.

“Não houve nenhum evento grave da vacina confirmado em crianças. Já a Covid foi a causa de miocardite, Síndrome da Covid longa e muitas mortes de crianças. A vacinação é segura e é a solução para a gente se ver livre dessa pandemia”, frisou.

Sobre as diferenças entre as vacinas da Pfizer e a Coronavac, a médica explica que os efeitos variam de pessoa para pessoa e, não necessariamente, de vacina para vacina. “Não dá pra escolher vacina. Todas são eficazes, seguras e testadas. Elas são vacinas emergenciais, não vacinas experimentais. Todas foram testadas pelos órgãos responsáveis em vários países, como o FDA nos Estados Unidos, e a Anvisa, no Brasil”. A Food and Drug Administration (FDA) é uma agência federal do Departamento de Saúde americano.

Karoliny contou que as próprias filhas participaram do Projeto Curumim, um estudo de eficácia da Coronavac em crianças e adolescentes. 

Aspas de citação

Eu vejo na minha vida e na das minhas filhas a efetividade da vacina.

Karoliny Veronese
Pediatra
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A pediatra trouxe ainda outro alerta: “Por causa da pandemia e da onda de desinformação antivacina, há uma baixa adesão na vacinação em geral. Isso deixa a população exposta a outras doenças, além da Covid, que já eram consideradas erradicadas, como meningite e sarampo”.

AS PRINCIPAIS REAÇÕES DA CORONAVAC EM CRIANÇAS DE 3 A 5 ANOS

AS PRINCIPAIS REAÇÕES DA PFIZER EM CRIANÇAS DE 5 A 12 ANOS

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