A busca por práticas nutricionais mais saudáveis e por um estilo de vida sem o consumo de produtos de origem animal vem crescendo não apenas entre adultos, mas também entre os pequenos. Com relação às crianças que adotam o vegetarianismo, muitas preocupações cercam os responsáveis por elas: esse tipo de dieta alimentar representa riscos para as faixas etárias menores? Essa é realmente uma dieta apropriada para quem está em fase de desenvolvimento? Quais são as alternativas para alimentação dessas crianças?
Em entrevista à CBN Vitória, a nutricionista do quadro Boa Mesa CBN, Roberta Larica, fala sobre tudo que é necessário saber sobre a prática alimentar. Ela explica que cada vez mais estudos apontam para os benefícios desse estilo de vida. Entretanto, a especialista destaca que não tem como ignorar que, por não aceitar o consumo de alimento de origem animal, a dieta se torna altamente restritiva e, se não for feita de forma correta, pode causar danos à saúde.
Ouça a entrevista completa:
O crescimento da prática entre as famílias levou à necessidade de criação do Guia Prático sobre Vegetarianismo na Infância e na Adolescência, elaborado e criado pela Sociedade Brasileira de Pediatria. "A partir desse guia, a organização auxilia com soluções que podem ser implementadas para suprimir a quantidade de vitaminas e alimentos necessários para o consumo diário na alimentação dos pequenos e na elaboração de um cardápio que minimize as deficiências nutricionais", destaca.
Segundo a especialista, esses alimentos são as principais fontes de energia do corpo, mas, ainda assim, podem ser facilmente substituídos na dieta. "O paciente pode inserir o tofu, a soja e os grãos — como a aveia, leguminosas, como a lentilha, feijão e abacate", destaca.
O ferro é de extrema importância na vida das crianças, pois é responsável pela formação das células vermelhas do sangue — as hemácias, que fazem o transporte de oxigênio pelo corpo. Para substituir o mineral, a nutricionista indica o consumo de feijão, amêndoas, lentilha, folhas verde-escuras e sementes de girassol, de linhaça e de chia.
O cálcio é um alimento de extrema importância na infância para uma plena e sadia formação e desenvolvimento dos ossos. Segundo a nutricionista, ele pode ser suprimido — mesmo que em menor quantidade — por frutas, feijão e verduras, como espinafre, tofu, brócolis, couve-flor e couve.
De acordo com Roberta Larica, o zinco pode ser encontrado na ingestão de cereais integrais, feijões e castanhas. O mineral ajuda no crescimento e desenvolvimento do organismo.
Por fim, Roberta Larica explica que é importante que as proteínas animais sejam retiradas gradualmente da alimentação da criança para que o organismo se acostume com a mudança na alimentação e pede que o responsável fique atento às reações do corpo da criança.
"Com uma mudança muito brusca, o organismo pode apresentar 'cansaço', levando a criança a ter um déficit de aprendizado e no crescimento. Por isso, é importante ir monitorando a saúde e todos os exames e taxas necessários para um pleno funcionamento do corpo", finaliza.
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