Capitão Pablo Gonzalez comanda o Capitan Miranda, do Uruguai
Capitão Pablo Gonzalez comanda o Capitan Miranda, do Uruguai. Crédito: Fernando Madeira

Das máquinas ao quarto: por dentro de navio ícone da Marinha do Uruguai no ES

A Gazeta teve acesso especial à embarcação que chegou ao ES no dia 25. O Porto de Vitória é a última parada antes da volta para casa após quase sete meses

Tempo de leitura: 3min
Vitória
Publicado em 27/08/2022 às 15h02

Mais de 80 marinheiros de diferentes patentes são responsáveis pela navegação e conservação de um navio histórico da Marinha do Uruguai. O grupo está viajando desde o mês de fevereiro e esteve em países como Argentina, Peru, algumas ilhas do Caribe, além de passar por Fernando de Noronha antes de chegar ao Espírito Santo no último dia 25. A Gazeta teve acesso especial ao navio-escola Capitan Miranda construído em 1930. Da casa de máquinas, passando pela cozinha e quarto, até o painel de navegação, a reportagem traz os detalhes de uma embarcação conhecida como embaixadora dos mares, que leva a bandeira do país ao redor do mundo.

A passagem pelo Porto de Vitória representa a última parada antes da volta para casa, que acontece no domingo (28). Desde o início da viagem, os marinheiros conheceram culturas diferentes e acumularam ainda mais experiência. Dos 85 tripulantes, 12 são oficiais. Ou seja, aqueles que tomam decisões importantes e estão acima dos demais. Outros 26 são marinheiros em formação. Eles estão sendo avaliados pela atividades executadas durante a viagem.

Em uma conversa, em detalhes, e enriquecedora sobre toda a rotina dentro da embarcação, o capitão uruguaio explicou calmamente a importância da viagem e tudo que forma o universo do navegar dentro do quase centenário navio-escola.

VÍDEO: POR DENTRO DO NAVIO

O navio-escola foi apresentado à reportagem pelo capitão Pablo Gonzalez, que comanda a embarcação desde que saiu do Uruguai em fevereiro deste ano. Em todas as partes, ele faz questão de mostrar como as novas tecnologias, aliadas aos conhecimentos antigos de navegação, facilitam o trabalho dos marinheiros. Seja em alto-mar ou atracados no Porto de Vitória, os tripulantes têm ciência de tudo que acontece com a embarcação e em volta dela.

Capitão Pablo Gonzalez está há 33 anos na Marinha do Uruguai e conta com satisfação sobre a tarefa de liderar os tripulantes numa missão tão importante.

Capitão Pablo Gonzalez

Comandante do Capitan Miranda

"Estar aqui é muito responsabilidade. Nem todos querem. Mas para mim é um desafio para toda vida. É uma satisfação pessoal, algo que gosto muito"

A visita começa no salão principal, local onde o comandante recebe autoridades. Os próprios oficiais utilizam o espaço para refeições e conversas mais importantes. Uma mudança entre o navio construído em 1930, à época útil para pesquisas hidrográficas, e o de 2022, voltada para formação de marinheiros, é a função do ambiente. Antes disso ele era um local para pesquisa. O que antigamente era calculado e pensado em folhas e mapas, agora é visto em telas.

O mesmo acontece no painel eletrônico de navegação. São botões e indicadores que monitoram vento, velocidade, aproximação de outros barcos e outros recursos que facilitam a navegação..

Veleiro Escola da Marinha Uruguaia
Orgulhoso em se o capitão do navio, Pablo Gonzalez está há anos à frente da embarcação fundamental à formação de novos marinheiros uruguaios. Crédito: Fernando Madeira

Capitão Pablo Gonzalez

Comandante do Capitan Miranda

"O radar tem um uso muito importante, principalmente à noite quando algum barco pode não estar sendo visualizado. Há ainda estação meteorológica que monitora a entrada de vento. O oficial que se senta na cadeira principal tem olhos para todos"

No navio-escola há hierarquia, assim como em outros ambientes. Um oficial, por exemplo, ocupa um quarto maior do que um oficial recém-chegado ao grupo. O capitão Pablo Gonzalez nos levou até o quarto onde dorme. Há uma espécie de sala na entrada, onde autoridades são recebidas e estudos são feitos. O quarto não chega a ser espaçoso, mas oferece uma cama de solteiro, com um pequeno móvel ao lado.

Veleiro Escola da Marinha Uruguaia
Navio-escola Capitan Miranda, do Uruguai. Crédito: Fernando Madeira

O banheiro, assim como de qualquer outra casa, se resume a uma pia, o vaso e o box voltado para banho. E o capitão alerta: "O banho pode ser um local perigoso quando o barco se move". Não por falta de estrutura ou algo do tipo, mas pelo risco de alguém, dentro do box, se chocar contra as paredes caso o navio esteja se movimentando sem estabilidade.

REFORÇO NA RELAÇÃO COM O ESPÍRITO SANTO

Dias antes de ir embora, o navio Capitan Miranda recebeu a visita do embaixador do Uruguai no Brasil, Guillermo Valles. Em conversa com A Gazeta, o representante do país falou com orgulho da formatura dos marinheiros no navio-escola. Valles reforçou laços com o Espírito Santo.

Interior do navio Capitan Miranda, do Uruguai, que chegou ao ES

Veleiro Escola da Marinha Uruguaia
Interior do navio Capitan Miranda, do Uruguai, que chegou ao ES. Fernando Madeira
Veleiro Escola da Marinha Uruguaia
Navio Capitan Miranda, do Uruguai. Alberto Borém
Veleiro Escola da Marinha Uruguaia
Interior do navio Capitan Miranda, do Uruguai, que chegou ao ES. Fernando Madeira
Veleiro Escola da Marinha Uruguaia
Capitão Pablo Gonzalez comanda o Capitan Miranda. Fernando Madeira
Veleiro Escola da Marinha Uruguaia
Interior do navio Capitan Miranda, do Uruguai, que chegou ao ES. Alberto Borém
Veleiro Escola da Marinha Uruguaia
Interior do navio Capitan Miranda, do Uruguai, que chegou ao ES. Alberto Borém
Veleiro Escola da Marinha Uruguaia
Interior do navio Capitan Miranda, do Uruguai, que chegou ao ES. Fernando Madeira
Veleiro Escola da Marinha Uruguaia
Interior do navio Capitan Miranda, do Uruguai, que chegou ao ES. Fernando Madeira
Veleiro Escola da Marinha Uruguaia
Interior do navio Capitan Miranda, do Uruguai, que chegou ao ES. Fernando Madeira
Veleiro Escola da Marinha Uruguaia
Navio Capitan Miranda, do Uruguai. Fernando Madeira
Veleiro Escola da Marinha Uruguaia
Interior do navio Capitan Miranda, do Uruguai, que chegou ao ES. Fernando Madeira
Veleiro Escola da Marinha Uruguaia
Marinheiros trabalham no Capitan Miranda, do Uruguai. Fernando Madeira
Veleiro Escola da Marinha Uruguaia
Capitão Pablo Gonzalez comanda o Capitan Miranda. Fernando Madeira
Capitão Pablo Gonzalez comanda o Capitan Miranda
Capitão Pablo Gonzalez comanda o Capitan Miranda
Capitão Pablo Gonzalez comanda o Capitan Miranda
Capitão Pablo Gonzalez comanda o Capitan Miranda
Capitão Pablo Gonzalez comanda o Capitan Miranda
Capitão Pablo Gonzalez comanda o Capitan Miranda
Capitão Pablo Gonzalez comanda o Capitan Miranda
Capitão Pablo Gonzalez comanda o Capitan Miranda
Capitão Pablo Gonzalez comanda o Capitan Miranda
Capitão Pablo Gonzalez comanda o Capitan Miranda
Capitão Pablo Gonzalez comanda o Capitan Miranda
Capitão Pablo Gonzalez comanda o Capitan Miranda
Capitão Pablo Gonzalez comanda o Capitan Miranda

"Felizmente para nós é simbólica a chegada ao Espírito Santo, porque temos uma relação muito importante Porto de Vitória. É um porto de entrada, há uma função logística de conexão do comércio. Seja para o interior ou para o mundo inteiro. A tradição dos portos é comum entre o Espírito Santo e o Uruguai, há uma abertura para o mundo", afirma.

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