Desde o início da pandemia da Covid-19 no Brasil, muito foi falado sobre lockdown (bloqueio total) como medida para garantir que o isolamento social seja respeitado pela população e evitar a disseminação do novo coronavírus. O secretário de Estado do Governo do Espírito Santo, Tyago Hoffman, afirmou que caso a ocupação de UTI ultrapasse 90%, o Estado passa para risco extremo e pode adotar o lockdown. Nessa nova realidade, comércios voltarão a ser fechados e população terá cartão para comprovar trabalho essencial e ser liberado para sair de casa.
A afirmação do secretário foi feita em entrevista à jornalista Fernanda Queiroz, da CBN Vitória, na manhã desta segunda-feira (25).
Em linhas gerais, sim. O que estamos identificando e observando? Os dados atuais de isolamento, que são utilizados para a matriz, foram cruzados com os dados de ocupações dos leitos. Então considerando o cenário atual, se ultrapassarmos 90% da ocupação dos leitos de UTI vamos para o risco extremo na Grande Vitória e em alguns municípios do interior. E o risco extremo nos obrigará a tomar medidas bem drásticas em termo de isolamento social. Já temos desenhado o que são essas medidas. Só como exemplo, para ter uma noção: vamos ter que fechar novamente todo o comércio, fechar todos os serviços e discutir com indústrias tem indústrias não podem parar, sabemos, mas tem indústrias que eventualmente teremos que fechar. Então as atividades econômicas vão ser absolutamente restritas e vamos ter que restringir muito a circulação de pessoas em ambientes públicos, como calçadão.
É difícil o governo dizer isso porque queremos respeitar a liberdade de cada cidadão. Estamos em uma democracia, numa necessidade de respeitar a constituição, que inclusive aborda o tema do direito de ir e vir. Por isso que estamos insistindo, precisamos evitar essa situação. É uma situação muito ruim para qualquer governo ter que restringir a circulação de pessoas, ter que dificultar, multar e mandar as pessoas para casa. Mas isso não é uma realidade descartada. No lockdown, a circulação de pessoas só poderá acontecer exclusivamente para atividades essenciais. Por exemplo: quem tem que trabalhar, só nas atividades essenciais, vai ter que ter um cartão específico liberando para passar por eventuais barricadas de controle de policiais. Quem não tiver esse cartão que o identifica como uma pessoa que pode circular, vai ser mandado de volta para casa.
Exclusivamente UTI. Estamos a cerca de 6% (de chegar a 90%), com 84% de ocupação de leitos. Na Grande Vitória, está ainda um pouco acima.
Provavelmente isso que irá acontecer, porque a matriz quando ela chega em 90%, ela joga todo o Espírito Santo para risco alto, mas não leva todo o Estado para risco extremo. Mas uma parte significativa das cidades pulará para o risco extremo e uma parte significativa das cidades terá que ter medidas de restrição e circulação bem rígidas.
Se não tivéssemos com esse plano de construção de leitos muito bem montado, se nós não estivéssemos abrindo os leitos como estamos abrindo, muito provavelmente nós já estaríamos hoje em uma situação de - eu não gosto muito da expressão lockdown, mas estaríamos aí com muita restrição mesmo, provavelmente sim. Além da compra de 60 leitos de UTI, que chegaram nesta segunda-feira (25) no Estado, o governo anunciou a previsão de chegada de mais 100 respiradores da Itália, que devem chegar na próxima semana.
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