Durante a resolução das questões de Matemática e suas Tecnologias do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), não há mistério: é exigido que o aluno saiba os conteúdos que envolvem cálculos, leitura de gráficos e até mesmo interpretação de texto para a montagem de equações. O maior desafio da prova, no entanto, tem nome e duração: o tempo. Em média, os estudantes têm cerca de três minutos para a resolução de cada uma das questões de matemática, o que contribui para tornar a prova cansativa e estressante.
Além disso, o segundo dia de prova do Enem, que será no domingo, 20 de novembro, tem uma duração menor. No total, são 5 horas de prova para realizar as 45 questões de Matemática e as outras 45 de Ciências da Natureza — 30 minutos a menos que o primeiro dia.
Ainda assim, mesmo com o tempo apertado, a área de matemática oferece uma vantagem. Comparada com as outras, há uma facilidade maior para identificar as questões e separá-las por tema e dificuldade.
O professor de matemática Luciano Fonseca, do Colégio Salesiano de Jardim Camburi, enxerga isso como uma oportunidade de quem faz a prova trabalhar seus pontos fortes e fracos e, como consequência, administrar melhor o tempo. Segundo ele, cerca de 30% da prova são questões fáceis, 30% difíceis e os outros 40% restantes são intermediárias.
Luciano explica que normalmente o enunciado das questões de matemática traz um verbo de comando que é acompanhado do assunto da questão. Dessa forma, o professor orienta o aluno a fazer uma leitura geral das questões logo que receber a prova. Assim, é possível classificar as questões, ver a dificuldade de cada uma e, depois, partir para a resolução, começando pelas que considerar mais fáceis.
“Sou bom em geometria, então vou separar as questões de geometria para fazer primeiro. Ou, tenho mais facilidade em matemática básica, então vou atrás de regra de três, porcentagem, etc”, exemplifica o professor.
Para os estudantes, um outro ponto de atenção na hora da prova — e que merece espaço nas revisões — são as informações que induzem às respostas erradas. Em outras palavras, as pegadinhas.
De acordo com o professor de matemática Wellington Lacerda, do Centro Educacional UP, a prova do Enem tem tendência de fornecer ao aluno formas geométricas fora de escala e unidades de medida incorretas. Se as conversões não forem feitas e esse dado for essencial para as questões, é bem provável que os estudantes saiam prejudicados.
Para a revisão, não há mistério. Os dois professores pontuam que o importante é treinar pela resolução de questões.
As matrizes de referência são utilizadas para organizar as competências e habilidades que serão exigidas dos estudantes durante a realização da prova. Na área de Matemática, são exigidas 7 competências:
Construir significados para os números naturais, inteiros, racionais e reais
Utilizar o conhecimento geométrico para realizar a leitura e a representação da realidade e agir sobre ela
Construir noções de grandezas e medidas para a compreensão da realidade e a solução de problemas do cotidiano
Construir noções de variação de grandezas para a compreensão da realidade e a solução de problemas do cotidiano
Modelar e resolver problemas que envolvem variáveis socioeconômicas ou técnico-científicas, usando representações algébricas
Interpretar informações de natureza científica e social obtidas da leitura de gráficos e tabelas, realizando previsão de tendência, extrapolação, interpolação e interpretação
Compreender o caráter aleatório e não-determinístico dos fenômenos naturais e sociais e utilizar instrumentos adequados para medidas, determinação de amostras e cálculos de probabilidade para interpretar informações de variáveis apresentadas em uma distribuição estatística
Quem deseja mais detalhes sobre as competências, objetos de conhecimento e habilidades exigidas pelo Enem pode conferir a matriz de correção completa em um documento disponibilizado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep).
O Enem utiliza o método de Teoria de Resposta ao Item (TRI) como base para o cálculo das notas. Ele considera três fatores antes de calcular o desempenho dos alunos:
A nota final leva em consideração a coerência das pessoas em relação aos três pontos e é calculada por computador. É por conta do TRI que existe a possibilidade de dois alunos que acertaram o mesmo número de questões podem tirar a mesma nota.
Por exemplo: João e Maria acertaram 5 questões. João acertou 4 questões fáceis e 1 difícil. Como o seu desempenho foi mais coerente, sua nota será maior. Maria, por sua vez, acertou 4 difíceis e 1 fácil. Sua nota será menor, pois segundo o cálculo de TRI, o acerto de mais questões difíceis em relação às fáceis conta como “chute”.
O Enem é uma prova utilizada por pessoas que desejam entrar no ensino superior público do Brasil. A edição de 2022 vai acontecer em dois finais de semana, nos dias 13 e 20 de novembro.
As provas têm uma pontuação que vai de 0 a 1000, com base no número e dificuldade das questões acertadas. O mesmo vale para a redação, que tem como critério a correção do texto. A nota do Enem pode ser utilizada no Sistema de Seleção Unificada (Sisu). Nele, a nota do Enem é utilizada para concorrer em vestibulares por todo o país.
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